Alta da diária puxa crescimento da hotelaria no 1º semestre
HotelInvest ainda aponta crescimento lento da demanda e investimentos inibidos pela inflação
O ano de 2023 tem sido lucrativo para a indústria hoteleira no Brasil, sobretudo quando o assunto são os hotéis de rede localizados em cidades de grande e médio porte. Num relatório que leva em consideração esse tipo de propriedade, a HotelInvest e o Fohb apontam que, no primeiro semestre do ano, a hotelaria nacional teve alta de 19,3% em revpar – índice que mede a receita gerada por apartamento disponível – na comparação com o mesmo período do ano passado.
O dado que sustenta o crescimento alcançado, no entanto, surpreende, pois não está na ocupação, que caiu no segundo trimestre, e sim na diária média, que subiu 22% em relação aos primeiros seis meses de 2022.
"Se analisarmos o resultado consolidado desses seis primeiros meses, notamos que houve crescimento significativo na diária, o que justifica a alta obtida em revpar", reforça o sócio-diretor da HotelInvest, Cristiano Vasques, que apresentou os dados durante a 5ª edição do Fórum Nacional de Hotelaria, em São Paulo.
O executivo compartilhou com uma plateia de cerca de 500 profissionais os números prévios do primeiro semestre do ano e trouxe alguns insights sobre o momento atual do mercado. De acordo com ele, a alta no preço dos hotéis era uma necessidade do mercado, já que os valores ficaram congelados durante um tempo. Já no quesito ocupação, a tendência é que os índices voltem a crescer entre o final deste ano e o começo do próximo.
Vasques fez ainda uma reflexão sobre o momento atual do investimento em hotelaria e como ele interfere na criação de demanda. Segundo aponta o especialista, há hoje um quadro inflacional que diminui o retorno de investimentos em hotelaria no curto prazo, o que inibe novas aplicações financeiras no setor.
Se por um lado esse quadro dificulta a inauguração de novas propriedades, fortalece a criação de demanda para propriedades já em funcionamento, o que tende a acontecer. "São fatores de base fundamentais que indicam uma retomada lenta e gradual que só acelera em 2024", afirma.