WayAway cria selo para experiências turísticas aprovadas por mulheres
Metabuscador adicionou o selo a cerca de 100 experiências e pretende designar milhares até o fim do ano
Depois de fazer um estudo no qual foi revelado que nove entre dez mulheres optariam por um hotel rotulado como “liderado por mulheres” em vez de um hotel sem uma propriedade especificada, o metabuscador WayAway começou a destacar experiências e destinos de viagem liderados por ou adaptados para mulheres, em uma categoria chamada “pontos de interesse aprovados por viajantes do sexo feminino”.
O selo indica que as listagens selecionadas atenderam aos critérios da WayAway, de serem pertencentes ou gerenciadas por mulheres ou dedicadas a mulheres de alguma forma. As listagens aparecem no site com um distintivo brilhante para indicar que o local é uma “boa escolha para viajantes do sexo feminino”.
Por enquanto, a iniciativa está nos estágios iniciais, de acordo com a diretora de relações Públicas da WayAway, Janis Dzenis. O metabuscador adicionou o selo a cerca de 100 experiências e pretende designar milhares até o final deste ano. A empresa tem mais de 200 representantes que chama de “insiders” no local, procurando aprovar locais.
“Viajantes do sexo feminino procuram pagar mais por segurança ou gostariam de escolher um hotel liderado por mulheres ou de propriedade de mulheres”, disse Janis em entrevista. O interesse em experiências voltadas para mulheres que viajam sozinhas está aumentando. De acordo com as estatísticas de viagens solo de 2023 da Condor Ferries, as mulheres representam mais da metade dos viajantes de lazer em geral e o grupo demográfico também representa 84% dos viajantes individuais.
Iniciativas similares
A WayAway não é a única plataforma ou empresa que procura satisfazer a demanda por viagens voltadas para mulheres. Não é difícil encontrar exemplos recentes de destinos, experiências e acomodações voltados para mulheres.
O Hotel Som Dona, em Maiorca, inaugurado em 2019, foi criado para atender apenas mulheres. Na Sicília, Cummari é um espaço dedicado a mulheres que viajam sozinhas e nômades digitais, com seu anfitrião também liderando SheLegends Tours focados nos “locais sagrados e femininos da Itália”. E em Washington, D.C. (EUA), o Hotel Zena, inaugurado em 2020, se dedica a celebrar as conquistas das mulheres e reconhecer a busca pela igualdade de gênero.
Francesca Murray, criadora de conteúdo de viagens, diz acreditar que o que está acontecendo agora é a continuação de uma tendência que começou antes da pandemia de covid-19. “O número de mulheres que viajam sozinhas já estava em ascensão e, com isso, muitas buscaram oportunidades de reservar uma viagem em seus próprios termos, sem esperar que um amigo ou parceiro se juntasse a elas”, destaca Francesca.
Vanessa Karel, fundadora e CEO da Greether, uma plataforma de viagens focada em mulheres que conecta mulheres viajantes com recepcionistas locais verificadas em todo o mundo, notou um aumento no interesse por experiências lideradas por mulheres.
“Tivemos um crescimento de mais de 200% este ano e estamos apenas na metade do ano”, disse ela. “Estimamos que no próximo ano esse número continuará aumentando e estamos muito entusiasmados por fazer parte das aventuras femininas globalmente. Embora essa tendência tenha crescido exponencialmente por muito tempo, agora está se tornando mais forte do que nunca”, conta Vanessa. “Mais mulheres estão aproveitando a chance de reservar a viagem dos seus sonhos.”
Em abril deste ano, o cofundador e CEO da TourRadar, Travis Pittman, compartilhou em uma sessão de perguntas e respostas com a Forbes que, com 68% de sua clientela sendo mulheres (o que ele disse ser “exponencialmente maior quando você considera que as mulheres são as principais decisoras para viagens”) suas marcas operam 98 tours liderados por mulheres.
A fundadora do Girls Guide to the World, Doni Belau, também disse à Forbes que a demanda por viagens de mulheres solo aumentou para 10 vezes a demanda em 2019. “Acho que a demanda reprimida sempre existiu, mas historicamente havia muito poucas opções para mulheres que viajam sozinhas”, disse ela em abril. “As grandes empresas de viagens não estavam prestando atenção ou achavam que as viagens femininas eram muito restritas.”
Outros sites de viagens também promovem segurança para as mulheres. A HerHouse conecta viajantes do sexo feminino com homestays oferecidas por anfitriãs do sexo feminino com histórico verificado. A organização sem fins lucrativos Girls Empowered by Travel organiza viagens para mulheres jovens para contribuir com o trabalho comunitário em espaços seguros.
Já a brasileira Orinter criou recentemente o programa Elas Viajam, proposta com roteiros voltados para que a comunidade feminina desbrave destinos em uma experiência segura, acolhedora e inclusiva, além de trocar vivências com outras viajantes e criar conexões. Recentemente, o grupo esteve em Fernando de Noronha (PE) para viver uma semana de crescimento pessoal, experiências gastronômicas e enriquecimento cultural, sempre com a presença de uma guia feminina.
Com informações do site Phocuswire.