Tarifa dinâmica é processo irreversível na hotelaria

A evolução da precificação dinâmica e a obsolescência da tarifa fixa para diárias hoteleiras compuseram o tema principal do painel de abertura do Fórum Nacional da Hotelaria, realizado hoje (12), em São Paulo. Para falar acerca do assunto e como a indústria evolui nesse quesito, o encontro convidou Fabio Mader, CEO do Grupo Leceres; Marcel Frigeira, gestor de Viagens para a América Latina na IBM; Cesar Nunes, vice-presidente de Marketing & Vendas da Atrio Hoteis; e David Pressler, diretor comercial da IHG. O bate-papo foi conduzido por Gabriela Otto, CEO da GO Consultoria e presidente da HSMAI Brasil.

A roda de conversa falou, principalmente, sobre como acompanhar as mudanças constantes nos métodos de atribuir tarifas ao serviço e ressaltou o papel da tecnologia nesse processo. Marcel Frigeira, que participou do debate falando do ponto de vista de um provedor de tecnologia, ressaltou que ainda hoje pode haver uma confusão na interpretação do tema. "Os hotéis, por sua natureza como negócio, formam uma categoria bastante diversificada, que lida com perfis diversos de clientes e, consequentemente, de consumo. Por isso, é necessário oferecer mais informações para auxiliar o mercado a entender essas demandas e, a partir disso, instituir as tarifas".

Com experiência e passagens por diferentes tipos de atividades dentro do segmento do Turismo, o CEO do Grupo Leceres, Fabio Mader, opinou que a tarifa fixada está cada vez mais próxima de deixar de existir, dando lugar à precificação dinâmica em todos os momentos e épocas na hotelaria. "O método dinâmico veio para ficar e está ficando cada vez mais maduro e aplicável", afirmou.

Mader ainda falou sobre a influência da tecnologia na introdução de novos métodos de tarifação e destacou que a digitalização é apenas um meio nesse processo e não o fim dele. "A tarifa flexível é o modelo que vem para ficar pois ele é justo para os dois lados (hotel e consumidor)", acrescenta.

Foi o executivo do Grupo Leceres também quem comparou o processo de preço feito dentro da hotelaria com o que existe na aviação. Segundo ele, dentro do segmento aéreo, essa dinâmica é mais avançada pela menor complexidade e por ter sido implementada antes. "A hoteleira tem mais especificidades, por isso é um processo que demanda mais tempo e esforços", afirma.

David Pressler, do IHG, em sua participação, lembrou que pandemia foi responsável por fazer os hotéis repensarem qual o método mais adequado de aplicar tarifas. "A pandemia serviu para entendermos que conseguimos trabalhar outros segmentos, não só o corporativo. Assim vamos conseguir mudar a oferta e transformar a forma como cobramos e colocamos preços no que fazemos", afirma.

Já Cesar Nunes, do grupo Atrio, chamou atenção para um movimento inevitável na lógica de tarifas: incluir o hóspede na conscientização desse processo. De acordo com ele, o hóspede precisa fazer parte dessa corrente, passando a entender que o preço da hotelaria, assim como o de outros produtos, pode variar de acordo com fatores, como demanda e sazonalidade. "Estamos hoje passando por um momento de reajuste. A tarifa dinâmica consegue acompanhar o movimento inflacionário. A fixa, não. Além disso, há maior qualificação da comercialização hoteleira", disse.

Além de mediar o painel, Gabriela Otto participou também fazendo uma recapitulação de como o sistema de precificação dinâmica foi evoluindo na hotelaria ao longo do tempo.