Rodrigo Vieira   |   05/10/2021 15:19
Atualizada em 05/10/2021 19:00

Diária hoteleira supera o pré-pandemia no Brasil; Rio é destaque mundial

Apesar disso, a ocupação ainda tem um longo caminho para se igualar a 2019


Unsplash/Rhema Kallianpur
Webinar apontou o andamento da retomada da hotelaria
Webinar apontou o andamento da retomada da hotelaria

Embora a ocupação hoteleira esteja abaixo dos níveis pré-pandemia no Brasil e no mundo, com previsões de que as taxas de 2019 sejam alcançadas daqui a pelo menos um ano, a diária média está se recuperando com velocidade maior. Os dados são da consultoria STR, mostrados pela country manager Brasil Patrícia Zulato em apresentação em webinar ao lado de HotelInvest e Omnibees hoje, no Portal PANROTAS.

Praticamente todas as regiões do mundo estão acima de 50% em relação ao pré-pandemia em ocupação, o que está acima dos piores períodos da crise, mas ainda abaixo do que pode ser considerada uma recuperação plena. Na América do Sul, o índice é de 60%, enquanto China (82%), Estados Unidos (83%) e Oriente Médio (81%) já estão mais próximos da plenitude.


Níveis de ocupação a o redor do mundo (reprodução STR)
Níveis de ocupação a o redor do mundo (reprodução STR)

"Já em relação à diária média, temos uma situação um pouco mais animadora. As diárias médias do mundo estão mais próximas dos níveis recuperação do que ocupação. Todas as regiões já têm mais de 70% dos níveis de 2019 recuperados neste quesito", mostra Patrícia.


Níveis de ocupação no Brasil e outras regiões (reprodução STR)
Níveis de ocupação no Brasil e outras regiões (reprodução STR)

Segundo ela, um dos motivos pelo qual isso vem ocorrendo são o novo mix de demanda, com os hóspedes de lazer suprindo a ausência corporativa e de eventos, que por sua vez fazem parte de um segmento que tende a ter tarifas negociadas e mais baixas. Outra razão é a questão da relação oferta e demanda nos mercados regionais, que tiveram destaque, alguns crescendo acima dos níveis de 2019.

Por fim, o aumento da inflação que não só o Brasil, mas muitas regiões do mundo vêm enfrentando, o que pressiona os salários dos funcionários do setor de hospitalidade. "Nos Estados Unidos, por exemplo, houve aumento de 50% nos últimos seis meses. Isso reflete diretamente no valor das diárias", ilustra Patrícia.

DIÁRIA MÉDIA HOTELEIRA NO BRASIL

Diária média hoteleira no Brasil e outros mercados (reprodução STR)
Diária média hoteleira no Brasil e outros mercados (reprodução STR)
Em janeiro e fevereiro, os índices de diária média no Brasil chegaram a superar os níveis pré-pandemia, batendo 140% dos mesmos meses de 2019. "Muito disso é impulsionado pelo lazer, principalmente em resorts do Nordeste e do interior do País. Daí nota-se a alta deste índice em janeiro, fevereiro, férias de julho e feriados, como o último de setembro", explica a country manager da STR. Na Europa, é o lazer que alavanca a diária média, visto que a superação de 2019 ocorreu no verão no continente.

RIO DE JANEIRO DESPONTA
O Rio de Janeiro é um dos principais destinos globais em termos de recuperação de receita total por quarto disponível (TRevPAR). A Cidade Maravilhosa é a oitava do mundo, atrás de Miami, Maldivas, Moscou e cidades de Oriente Médio e Ásia.

Rio de Janeiro entre as principais cidades do mundo em receita hoteleira na retomada (reprodução STR)
Rio de Janeiro entre as principais cidades do mundo em receita hoteleira na retomada (reprodução STR)
"Essa posição do Rio se deve muito pelo mix de demanda que o destino consegue atrair, atrelado a forte demanda interna, enquanto outros grandes destinos globais não conseguem atingir essa combinação", avalia Patrícia. "Além disso, há uma demanda interna forte pelo Rio de Janeiro", completa.

SEGMENTO DE LUXO AINDA ABAIXO
A hotelaria de luxo no País tem um longo caminho para equilibrar suas contas. A receita operacional por apartamento (GOPAR) do segmento de alto padrão brasileiro ainda está distante dos níveis pré-pandêmicos, com apenas com 25% do registrado em 2019, especialmente os de centros urbanos.

O luxo é impactado muito por conta da queda de receita com alimentos & bebidas e eventos. "A falta da demanda corporativa e de eventos tem impacto direto na elevada queda de receita de A&B, a qual engloba também aluguel de salas de eventos", mostra Patrícia.

ASSISTA À APRESENTAÇÃO NA ÍNTEGRA E ENTRE EM CONTATO COM A STR
Assista ao seminário na íntegra no player abaixo e entre em contato com Patrícia Zulato pelo pzulato@str.com.


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