Como os hotéis urbanos podem acelerar a recuperação tarifária?
A HotelInvest apresentou análises exclusivas sobre ocupação, diária, oferta doméstica, retomada e mais
“Temos que nos conscientizar que o patamar de desenvolvimento do nosso mercado é para além do modesto. Temos uma falsa percepção de que o nosso mercado está performando bem e não está. O próprio gestor da hotelaria deve entender a importância de ter uma recuperação de tarifa.” Essa e outras reflexões foram debatidas pelo sócio da HotelInvest, Pedro Cypriano, na live “Hotéis corporativos e de lazer: o que esperar em 2022?”, que ocorreu esta manhã, com transmissão e mediação do Portal PANROTAS. Participaram Rodolfo Delphorno, da Omnibees, Patricia Zulato, daSTR, e Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, além de Cypriano. Assista acima na íntegra.
Para Pedro Cypriano, falta união do mercado para tratar o tema da recuperação tarifária e um entendimento dos líderes que não dá para esperar a recuperação vinda da ocupação e da demanda, o que pode levar muito tempo no caso dos hotéis urbanos (os de lazer e resorts já estão conseguindo a recuperação tarifária p demanda aquecida).
Para o diretor da HotelInvest, os custos brasileiros da hotelaria não justificam políticas agressivas de preço. O volume por si só não se justifica. É melhor, em muitos casos, ter menos volume e uma tarifa mais saudável.
Especialista em negócios hoteleiros, a HotelInvest apresentou dados e análises exclusivos sobre ocupação, diária média, oferta doméstica, faturamento, demanda internacional, economia, eventos, viagens corporativas e novas ofertas.
Impulsionado pelas viagens domésticas, o mercado aéreo registrou aumento de 36% da oferta pré-pandemia em setembro de 2020 para 75% no mesmo período de 2021. Os voos internacionais, no entanto, seguem estagnados, movimentando atualmente apenas 30%.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, as capitais registraram queda na ocupação hoteleira, enquanto destinos do interior registraram ocupação até 12% maior. Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná foram alguns dos que sentiram essa mudança.
“O ano de 2020 foi híbrido. Tivemos um primeiro trimestre bom, pré-pandemia, e três trimestres ruins, durante a pandemia. O primeiro trimestre segurou a média do ano, com crescimento das diárias em Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte”, relembrou Cypriano.
“Não há outro caminho senão melhorar daqui para frente, mas há o risco de algumas surpresas: os Estados Unidos, apesar do alto índice de vacinados, enfrentou uma terceira onda da pandemia, o que alertou o mercado. Israel atingiu um pico histórico no número de casos, apesar da forte atuação diante da pandemia. Então é preciso olhar com atenção, ter cautela com o que vem pela frente”, reforçou o sócio da HotelInvest.
EXPECTATIVA PARA SÃO PAULO
Dados obtidos pela HotelInvest e atualizados pelo Fundo Maxinvest demonstraram que as diárias em São Paulo voltaram ao valor histórico mais baixo em janeiro de 2021, acompanhadas pela distribuição de ganhos 23% abaixo do pico histórico.
Já a ocupação tem registrado sinais de melhora, chegando próxima a 50% no sábado e mantendo níveis entre 35% e 45% nos dias úteis. O mês de junho, puxado pelo Dia dos Namorados, contribuiu para movimentar a ocupação hoteleira para patamares mais saudáveis e otimistas até setembro.
NOVAS OPORTUNIDADES E CENÁRIOS
Apesar do mercado brasileiro ainda estar muito volátil e encontrarmos uma recuperação tardia da hotelaria, também vemos a expansão de novas ofertas e novos modelos de hospedagem.
Além do lançamento de mais de 46 mil studios e apartamentos em três anos apenas em São Paulo, estima-se um aumento de 4% dos hotéis urbanos até 2025 e 56 novos projetos de multipropriedade (+68% até 2024).
Há, ainda, a expectativa de uma maior movimentação de eventos no quarto trimestre. Para as viagens corporativas, um dos segmentos mais afetados pela pandemia, o cenário é conservador, com apenas 28% de flexibilização das viagens a negócios.