Juliana Monaco   |   16/09/2020 19:22
Atualizada em 16/09/2020 19:42

Resorts no Brasil já superam 60% das reservas pré-pandemia

Segundo estudo da HotelInvest, Omnibees e STR, os resorts no Brasil já superam 60% das reservas pré-covid.


Participaram da live Pedro Cypriano (HotelInvest), Artur Andrade (PANROTAS), Patrícia Boo (STR) e Emanuel Lima (Omnibees)
Participaram da live Pedro Cypriano (HotelInvest), Artur Andrade (PANROTAS), Patrícia Boo (STR) e Emanuel Lima (Omnibees)
Nesta quarta-feira (16), a HotelInvest, a Omnibees, a STR e a PANROTAS analisaram o desempenho dos resorts no Brasil durante a pandemia e o potencial de recuperação para os empreendimentos nos próximos meses. Mediado pelo editor-chefe e CCO da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, o webinar contou com a participação de Pedro Cypriano, da HotelInvest; Emanoel Lima, da Omnibees; e Patrícia Boo, da STR. A HotelInvest, a STR e a Omnibees elaboraram o estudo A Recuperação dos Resorts no Brasil, que será lançado para o mercado na próxima sexta-feira, 18, e que serviu como base, em primeira mão, para a live exibida pelo Portal PANROTAS.

De acordo com os dados do estudo, houve um crescimento de demanda nas últimas semanas em todo o País. Os volumes atuais de reservas já superam 60% do período de pico pré-pandemia e é provável que, até o final do ano, as principais propriedades atinjam o limite máximo de ocupação permitida ao menos nos períodos de pico, como feriados e finais de semana. Até outubro, a expectativa é de que todos os resorts tenham retomado a operação, ainda que com capacidade limitada.

Assim como no Brasil, a demanda de lazer será a primeira a retornar no mercado internacional. A demanda por destinos regionais, em que se pode chegar de carro, cresceu mais rapidamente do que por destinos nacionais nos primeiros meses pós relaxamento das restrições de viagem. A China, por exemplo, registrou ocupação média de 70% a 87% na primeira quinzena de agosto. Já nos Estados Unidos, a ocupação mínima dos destinos que têm o carro como principal modal de acesso está próxima a 40% desde o início de junho. E há cidades com mais de 80% de ocupação - são cidades secundárias para o viajante internacional, mas muito populares entre os americanos, especialmente para viagens de curta distância.

No entanto, a demanda internacional ainda permanece estagnada devido ao cenário incerto da pandemia e às restrições de fronteiras. Para Patrícia Boo, “essa demanda estagnada gera muitas oportunidades para o Turismo nacional, mas é preciso considerar todos os cenários". “Precisamos estar preparados para uma segunda onda do vírus. Vimos isso na China, nos EUA e agora estamos vendo na Europa. O mais importante neste momento é que os resorts trabalhem para gerar confiança no hóspede e se preparar para essa possível segunda onda”, disse.

PERFORMANCE DOS RESORTS NO BRASIL


Em comparação com a hotelaria em geral, os resorts têm performado acima da média durante os dois primeiros trimestres do ano, além de terem superado a média dos hotéis no segundo semestre, com tendência de aceleração, de acordo com dados da Omnibees. Nos destinos em que há resort, mas onde a demanda corporativa também é expressiva, a queda no volume de reservas é ainda maior, o que reforça a tendência de retomada mais rápida do mercado de lazer em relação ao corporativo.

No segundo trimestre do ano, o percentual de emissão de reservas caiu significativamente com a evolução da covid-19 no País. O mês de julho, no entanto, já mostrou um início de retomada, com intensificação em agosto. Atualmente, as reservas de resorts pela Omnibees já ultrapassaram a metade do volume pré-pandemia (62%) em diversos destinos do Brasil, como Foz do Iguaçu, Rio Quente e Ipojuca – que apresenta volume de reservas 13% superior ao ano passado. Outros destinos, como Campos do Jordão (SP), Gramado (RS) e Mata de São João (BA) alcançaram também níveis bem próximos aos de 2019.

“O mercado está num processo de recuperação moderado, mas vem acelerando continuamente nas últimas 12 semanas em todo o Brasil. E o que vem impulsionando a retomada dos destinos de lazer são os finais de semana e feriados”, explicou Emanoel Lima. Para o próximo feriado, em 12 de outubro, as principais cidades analisadas já estão perto do pico de reservas.
Os dados por afiliação revelam que tanto os resorts de rede quanto os independentes sofreram fortes quedas nos volumes de reservas e de pernoites futuros para o segundo e terceiro trimestres do ano. Para o último trimestre, no entanto, os resorts independentes já estão com um volume de pernoites vendidos de 19% superior ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, os independentes têm conseguido praticar crescimentos tarifários mais agressivos.

POR REGIÃO
Todas as regiões sofreram queda de pelo menos 75% no volume de reservas no segundo trimestre do ano. Já a queda no volume de pernoites futuros, durante o terceiro trimestre, foi de 61% a 72% no Sul, Sudeste e Nordeste. A região Centro-Oeste foi a que menos sofreu impacto no volume de pernoites (-34%) devido à predominância da demanda de lazer neste mercado, somado ao fácil acesso via carro. Para o último trimestre do ano, o Centro-Oeste já está com um volume de pernoites 14% superior a 2019, enquanto o Nordeste já está próximo aos valores do ano passado, com apenas 10% a menos.

DESTINO E PRODUTO
No que se refere ao perfil do destino, o maior crescimento tarifário dos hotéis de campo (27%) em relação aos de praia (1%) no terceiro trimestre é impulsionado pelo aumento do share de lazer, segmento em que tipicamente praticam-se tarifas mais elevadas do que no mercado de eventos. Os resorts de campo estão abaixo porque suas reservas diretas não passam pela Omnibees e por serem mais dependentes do mercado de eventos, que teve praticamente todas as suas reservas zeradas no horizonte.

Em relação ao perfil do produto, os resorts destino sofrem menos com possíveis interdições nos atrativos das cidades onde se localizam. O estudo revela uma menor queda no volume de reservas dos resorts destino (-16%) em comparação com os resorts apoio (-40%) no terceiro trimestre do ano, já que os resorts destino sofrem menos com possíveis interdições nos atrativos das cidades onde estão localizados, gerando menor incerteza para os hóspedes na hora de realizar a reserva.

O estudo sobre a recuperação dos resorts no Brasil, realizado pela HotelInvest em parceria com a Omnibees e a STR, estará disponível para o mercado na próxima sexta-feira (18). As análises contam com o envolvimento direto de quase 30 propriedades icônicas do País, além de informações de aproximadamente 100 resorts via Omnibees e referências internacionais pela STR. São quase 200 páginas que dão um panorama completo do presente e futuro dos resorts no Brasil.

Clique aqui para assistir à live na íntegra.

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