Hotelaria brasileira começa a demonstrar sinais de recuperação
Em live mediada pela PANROTAS, a STR e a OMNIBEEs apresentaram insights para a retomada do setor.

A hotelaria no Brasil começou a sentir os impactos no mês de março, logo após a OMS decretar a pandemia. O índice de reservas passou de 100% em janeiro para 60% no início de março. Com o estado de quarentena, esse indicador atingiu menos de 10% na segunda quinzena de março. Já o book window (período entre a data da reserva e do check-in), que até então tinha uma média de 40 dias, passou para 90 dias após o início do contágio da covid-19 no País.

TENDÊNCIAS DE RECUPERAÇÃO DA HOTELARIA
Após dois meses fechados, 90% dos hotéis da China foram reabertos em abril, apresentando um crescimento significativo na demanda de lazer aos finais de semana. De acordo com a diretora da STR, os hotéis de categoria econômica tendem a se recuperar mais rapidamente, enquanto o luxo deve levar mais tempo devido à demanda atual de viagem e às restrições de empresas e aos voos internacionais. "As pessoas estão tentando se afastar dos centros urbanos por ter uma maior chance de contágio. Isso reflete diretamente nos hotéis de luxo, já que a maioria está localizada nas grandes cidades".Outro índice que terá maior tempo de recuperação é a diária média. "Agora a questão não é diminuir o preço da diária média para conseguir ocupação. As pessoas não estão deixando de viajar devido aos preços, mas por outros motivos", ressaltou Emanoel Lima.


Para Patrícia Boo, o processo de recuperação será lento e diferente de como ocorreu com crises anteriores. "Essa é uma crise sem precedentes. Mas o que as outras crises que enfrentamos nos demonstrou é que a demanda demora um certo tempo para voltar a crescer. No 11 de setembro, por exemplo, foram 18 meses. A diária média, normalmente, demora o dobro do tempo para se recuperar. Mas é importante lembrar que a demanda que estamos vendo agora é uma demanda doméstica, que é um grande impulsor tanto para o lazer quanto para o corporativo", explicou.
Emanoel Lima também acredita que a recuperação será lenta e gradual, já que a demanda nacional está estabilizada em cerca de 9% do pico de 2020. No entanto, ele afirma que a crise também pode trazer alguns benefícios ao setor com a adoção da tecnologia. "Assim como o modelo de trabalho remoto, a análise de dados para ajudar nas decisões de negócios não era considerada algo essencial. Daqui para frente, essas estratégias serão vistas com outros olhos", enfatizou.