Da Redação   |   05/12/2024 08:19

Dormir no avião: quais alternativas para provocar o sono são realmente seguras?

Entenda os riscos de remédios e álcool e conheça alternativas seguras para descansar em voos longos.


Hernán Piñera/Flickr
Para lidar com esse desafio, muitos viajantes recorrem a estratégias como o uso de remédios ou o consumo de álcool, buscando encontrar um atalho para algumas horas de descanso
Para lidar com esse desafio, muitos viajantes recorrem a estratégias como o uso de remédios ou o consumo de álcool, buscando encontrar um atalho para algumas horas de descanso

Longas horas de voo podem ser cansativas e estressantes, especialmente quando dormir seria a melhor fuga mas, tanto pelo estresse de estar voando, quanto pelo desconforto da maioria das acomodações, o sono se torna algo difícil de alcançar.

Para lidar com esse desafio, muitos viajantes recorrem a estratégias como o uso de remédios ou o consumo de álcool, buscando encontrar um atalho para algumas horas de descanso. Mas será que essas práticas, embora populares, são realmente seguras e eficazes?

Enquanto os medicamentos oferecem uma solução aparentemente prática, eles também trazem potenciais efeitos colaterais, como sonolência prolongada ou até dependência. Por outro lado, o álcool, embora inicialmente relaxante, pode comprometer a qualidade do sono e causar desidratação — um problema já agravado pela baixa umidade na cabine.

Entender os prós e contras dessas abordagens é essencial para garantir um descanso seguro e evitar complicações que podem impactar negativamente sua saúde e experiência de viagem.

Os remédios mais usados para dormir em voos

O uso de medicamentos é uma prática comum entre viajantes que buscam relaxar ou induzir o sono durante o voo. Entre os mais utilizados estão:

Melatonina

  • Hormônio natural que ajuda a regular o ciclo do sono.
  • É amplamente utilizado, especialmente para ajustar o relógio biológico em casos de jet lag.
  • Efeitos colaterais leves, como tontura e sonolência prolongada, podem ocorrer.

Antialérgicos e anti-histamínicos

  • Medicamentos como difenidramina (Benadryl) são usados por seus efeitos sedativos.
  • Podem causar boca seca, tontura e, em alguns casos, confusão mental.

Ansiolíticos e sedativos

  • Incluem remédios prescritos como Alprazolam e Lorazepam.
  • Indicados para pessoas previamente diagnosticadas com ansiedade de voo, mas podem causar dependência ou sedação excessiva.

Hipnóticos de curta duração

  • Medicamentos como Zolpidem são usados para induzir o sono rapidamente.
  • Embora eficazes, podem causar sonambulismo ou efeitos de ressaca (cansaço e dificuldade de concentração) após o voo.

O papel do álcool: é seguro usar para dormir?

Pexels
O álcool tem efeito sedativo inicial, que pode facilitar o sono em algumas pessoas
O álcool tem efeito sedativo inicial, que pode facilitar o sono em algumas pessoas

Beber álcool para relaxar durante o voo é outra prática comum, mas que pode trazer mais prejuízos do que benefícios.

Por que o álcool parece funcionar?

O álcool tem efeito sedativo inicial, que pode facilitar o sono em algumas pessoas. No entanto:

  • Sono de baixa qualidade: O sono induzido pelo álcool é fragmentado e menos restaurador.
  • Desidratação: O álcool agrava a desidratação, que já é comum em voos devido ao ar seco da cabine. Isso pode afetar a imunidade, algo que deveria estar reforçado numa viagem.
  • Interações perigosas: Misturar álcool com medicamentos para dormir pode causar sedação excessiva, queda da pressão arterial e até dificuldade para respirar, o que pode ser altamente perigoso num voo.

Comparação: remédios vs. álcool para dormir no avião

Confira na tabela abaixo os prós e contras de usar remédios ou álcool para dormir durante voos:

Estratégia
Vantagens
Desvantagens
Remédios para dormir (ex.: melatonina, anti-histamínicos)
  • Induzem o sono rapidamente
  • Fáceis de administrar
  • Risco de dependência
  • Sonolência prolongada
  • Possíveis efeitos colaterais (dor de cabeça, tontura)
Álcool
  • Efeito relaxante inicial
  • Facilidade de acesso a bordo
  • Desidratação
  • Compromete a qualidade do sono
  • Risco de ressaca e mal-estar
Técnicas naturais (ex.: meditação, máscara de dormir, música relaxante)
  • Sem efeitos colaterais
  • Melhoram o relaxamento geral
  • Podem ser menos eficazes em ambientes desconfortáveis

É saudável recorrer a essas práticas?

BVStarr/Flickr
Embora tanto os remédios quanto o álcool possam ajudar a dormir durante o voo, seus efeitos colaterais e riscos geralmente superam os benefícios
Embora tanto os remédios quanto o álcool possam ajudar a dormir durante o voo, seus efeitos colaterais e riscos geralmente superam os benefícios

Embora tanto os remédios quanto o álcool possam ajudar a dormir durante o voo, seus efeitos colaterais e riscos geralmente superam os benefícios.

Recomendações gerais:

  1. Evite o uso indiscriminado de medicamentos sem orientação médica, especialmente ansiolíticos e hipnóticos.
  2. Modere o consumo de álcool para evitar desidratação e interações perigosas com remédios.
  3. Prefira métodos naturais para dormir, como máscaras de olhos, tampões de ouvido, travesseiros de viagem e técnicas de relaxamento, como respiração consciente e profunda.

Dicas para dormir de forma saudável no avião

  • Prepare-se antes do voo: Ajuste seu relógio biológico gradualmente para o fuso horário do destino.
  • Hidrate-se: Beba água antes e durante o voo, evitando bebidas alcoólicas e cafeína.
  • Invista em conforto: Use roupas largas, uma almofada cervical e mantenha uma posição relaxada.
  • Use acessórios: Máscaras de dormir e fones com cancelamento de ruído ajudam a criar um ambiente favorável ao sono.
  • Mantenha-se ativo: Alongue-se antes e durante o voo para evitar desconforto físico.

Dormir no avião pode ser desafiador, mas recorrer a remédios ou álcool sem a devida cautela pode trazer consequências indesejadas. Priorize métodos naturais e, caso opte por medicamentos, procure orientação médica para garantir sua segurança. Assim, você chega ao destino descansado e pronto para aproveitar sua viagem.

Carla Furtado, especial para o Portal PANROTAS.

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