Os planos do Parque Nacional de Noronha para proteger a biodiversidade
Instituição representa 70% do arquipélago e atua no apoio à natureza e à comunidade locais
Há 36 anos, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha se dedica à preservação de um verdadeiro santuário natural, composto por ilhas que atraem visitantes de todo o mundo com suas águas cristalinas, praias quase intocadas e vida marinha abundante.
De imensa importância ecológica para o Brasil, o Parque Nacional de Noronha é gerido pelo Grupo Cataratas e pela EcoNoronha. Juntas, as instituições coordenam o Turismo no arquipélago por meio de um sistema de ingressos e visitas guiadas, com o objetivo de minimizar o impacto ambiental e assegurar a proteção dos recursos naturais e da biodiversidade local.
Apesar de sua beleza exuberante, Fernando de Noronha vem sofrendo impactos desde a sua descoberta. Os projetos do Parque Nacional de Noronha, que já somam mais de dez, incluem o reflorestamento e a recuperação da vegetação por meio do cultivo de plantas nativas em toda a sua extensão, visando restaurar e preservar o equilíbrio ecológico e mitigar os efeitos da degradação ambiental.
Para a diretora da EcoNoronha, Alice Grossman, cuidar do meio ambiente também é cuidar de pessoas. Segundo ela, os pilares da instituição são baseados na conservação da natureza aliada com o desenvolvimento da comunidade local.
Além dos projetos voltados para a preservação ambiental, o Parque Nacional de Noronha apoia iniciativas que valorizam o bem-estar físico e mental dos noronhenses, por meio de aulas de surfe, handebol, idiomas, música, cinema, ioga, entre outras possibilidades de vivenciar o arquipélago em sua plenitude com trilhas, mergulho, passeios de barco, visitas a mirantes e avistamento de golfinhos.
“Nosso objetivo é proporcionar aos visitantes uma experiência mais profunda e consciente com a natureza. Monitorar as visitações nos permite oferecer um serviço de qualidade que não afete nem a experiência do visitante nem a preservação da nossa biodiversidade, assegurando que cada interação com o ambiente seja enriquecedora e sustentável”, afirma Alice.
Dois anos de reforma
Iniciadas em 2022, as obras de expansão do Aeroporto Governador Carlos Wilson, em Fernando de Noronha, têm gerado impactos significativos no destino. Devido à proibição da Anac para pousos de aviões de grande porte, como boeings e jatos, a Gol suspendeu suas operações na ilha. Atualmente, o transporte aéreo é realizado pelas aeronaves ATR das companhias Azul e Voepass. A Latam anunciou o início de suas operações para Noronha a partir de novembro, com o A319, em voo direto de Guarulhos (SP).
Associações e entidades do Turismo de Fernando de Noronha têm questionado o Governo sobre os atrasos da reforma orçada em R$ 60 milhões.
A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco (Semobi) afirma que as condições climáticas e a complexa logística de transporte de insumos e equipamentos para a ilha foram fatores que impactaram o andamento das obras.
“Foi necessário adaptar uma embarcação para conseguirmos transportar a usina de asfalto que pesa mais de 30 toneladas. Cerca de 70% do valor da obra é destinado aos transportes feitos ao longo dos meses. Espera-se que, com a conclusão das obras e o retorno das aeronaves a jato pela Anac, o Turismo seja beneficiado e a economia local fique ainda mais aquecida”, compartilha o secretário executivo da Semobi, Felipe Luiz Fonseca.
Veja como focar em experiências e qualidade em Fernando de Noronha.
Como visitar as atrações do paraíso
O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha representa 70% do arquipélago e funciona todos os dias, das 8h às 18h30. Os visitantes podem adquirir o ingresso de duas maneiras: no Centro de Visitantes, com ingresso válido por dez dias, ou de forma on-line, informando a previsão de viagem. Brasileiros pagam R$ 179,00.
Entre os mais de 20 atrativos naturais do Parque Nacional de Noronha, seis precisam de agendamento para visitação, sendo:
Atalaia (obrigatório o uso de colete, máscara e snorkel para entrar na piscina)
- Pontinha Caieira (obrigatória contratação de condutor credenciado)
- Atalaia Pontinha Caieira (obrigatória contratação de condutor credenciado)
- Abreu (obrigatório o uso de colete, máscara e snorkel para entrar na piscina)
- Morro São José (obrigatória contratação de condutor credenciado)
- Capim Açu (obrigatória contratação de condutor credenciado)
Os atrativos que não exigem agendamento prévio também dispõem de horários e limites de visitação:
- Baía do Sancho - eleita como a Melhor Praia do Mundo, tem acesso realizado com intervalos definidos para subida e descida e exige esforço físico, pois há duas escadas (uma mais íngreme e outra sinuosa). A dica é passar o máximo de tempo que quiser e puder no Sancho. Sim, a praia mais bela do planeta.
- Baía dos Golfinhos - pode ser acessada a partir das 6h30 para os visitantes contemplarem os golfinhos rotadores da região.
- Baía dos Porcos - oferece trilhas com horários específicos, a partir da Cacimba do Padre. O trajeto é feito de capacete. A vista é belíssima.
- Baía do Sueste - acesso à praia até as 16h. Não permite banho, apenas visitação.
- Praia do Leão - acesso permitido até as 18h.
- Mirante da Ponta das Caracas - acesso permitido até as 18h. Há duas trilhas belíssimas na área, com visual da praia do Sueste e de arrebentações. Faça a trilha que leva à Ponta da Sapata.
- Forte São Joaquim do Sueste - acesso permitido até as 18h.
- Praia da Caieira - dispõe de piscina natural somente acessível com condutor autorizado.
Cacimba do Padre, Praia do Bode, Praia do Americano, Praia do Boldró, Praia da Conceição, Praia do Meio, Praia do Cachorro (onde está o famoso Bar do Cachorro, melhor forró de Noronha) e Porto de Santo Antônio não requerem retirada de ingresso para visitação. Algumas delas possuem serviços de barracas, algo recente na ilha.
O Parque Nacional de Noronha ainda oferece diversas comodidades para os visitantes, incluindo lojas, lanchonetes e acessibilidade. Além disso, conta com um Centro de Visitantes que apresenta uma nova exposição permanente, que destaca a rica biodiversidade aquática e terrestre do arquipélago, além de explorar a cultura local e as festividades tradicionais da ilha.
Esta matéria é parte integrante da Edição Especial da Revista PANROTAS - Guia de Férias 2024/25.