Europa enfrenta multidão de turistas no pós-pandemia
Atenas, Roma, Veneza e outros destinos turísticos estão vivendo os prós e contras do Turismo de massa
Turistas estão esperando mais de duas horas para visitar a Acrópole de Atenas. As linhas de táxi na principal estação de trem em Roma também estão longas. A Praça de São Marcos, em Veneza, é uma concentração de visitantes, mesmo durante a semana. A Europa, em geral, está lotada de turistas, que estão viajando pós-pandemia, conforme reportou o USA Today.
As estatísticas americanas também corroboram a informação: os viajantes dos Estados Unidos superaram os índices pré-pandemia em viagens internacionais, em dados de junho. O principal portão de entrada é Londres Heathrow.
A recuperação neste verão é liderada em grande parte pelos norte-americanos, impulsionados por um dólar forte e, em alguns casos, pelas economias devido à pandemia, e não se intimidam com passagens aéreas e custos de hotel mais altos.
Os americanos também não parecem incomodados com os recentes tumultos em Parise outras cidades francesas. Houve uma pequena queda nas reservas de voos, mas principalmente para viagens domésticas.
Os preços também não assustam os norte-americanos: os voos dos EUA para a Europa aumentaram 2% em relação aos níveis de 2019, de acordo com a ForwardKeys.
Os prós e contras do Turismo de massa na Europa
O jornal também relatou que as viagens em massa para a Europa são uma ‘bênção’ para hotéis e restaurantes, ao mesmo tempo que coloca em xeque uma vertente mais sustentável do Turismo.
Segundo Alessandra Priante, diretora do departamento regional para a Europa da Organização Mundial do Turismo, ouvida pelo USA Today, a mentalidade agora é sobre recuperar o dinheiro. “Tudo é sobre receita, sobre o aqui e agora."
O Turismo de massa para a Europa no pós-pandemia recebeu um nome: revenge travel, ou viagem de vingança, que faz com que os turistas estrangeiros viagem para recuperar o tempo perdido pela pandemia de covid-19.
Já o prefeito de Florença está impedindo a proliferação de novos aluguéis de apartamentos de curto prazo no centro histórico, protegido como patrimônio da UNESCO, enquanto os prefeitos de outras cidades artísticas da Itália pedem uma lei nacional para administrar o setor.
Em outros lugares, os movimentos anti-turismo de massa, que estavam ativos antes da pandemia, não reapareceram, mas as linhas de batalha ainda estão sendo traçadas: o grafite desviou os turistas em Barcelona, em vez de levar em direção ao Parque Guell, projetado por Gaudí.
Ainda, estudantes não conseguem encontrar moradia acessível, já que proprietários preferem lucrar com aluguéis de férias. O número cada vez menor de residentes significa uma escassez de serviços, incluindo a falta de médicos de família, em grande parte devido ao alto custo de vida, impulsionado pela demanda turística.
Turismo ainda não recuperou números de 2019
Apesar dos bolsões de excesso de Turismo, as viagens para e dentro da Europa em geral ainda caíram 10% em relação a 2019, de acordo com a Organização Mundial do Turismo. Isso se deve em parte ao fato de menos pessoas visitarem países próximos à guerra na Ucrânia, incluindo Lituânia, Finlândia, Moldávia e Polônia. Alguns destinos, no entanto, devem bater recordes de visitantes este ano, como Roma, Barcelona, Atenas, entre outros.
Além disso, os visitantes chineses não retornaram totalmente, com voos da China e outros países da Ásia-Pacífico caindo 45% em relação a 2019, de acordo com a empresa de dados de viagens ForwardKeys.