Turismo perde R$ 90 bilhões e 727 mil empregos no Brasil em 3 meses
Em três meses, a indústria de Viagens e Turismo perdeu quase R$ 90 bilhões em decorrência da pandemia

Dentro desse cenário, a CNC estima que 727,8 mil postos de trabalho podem ser eliminados no setor até o fim de junho. O presidente da confederação, José Roberto Tadros, diz que ainda não é possível prever uma mudança significativa na atual tendência de perdas do segmento.

Ontem, diversos líderes do Turismo estiveram reunidos com o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), relator da MP do Emprego, a 936, para que o Senado aprove a extensão da mesma para ajudar na recuperação das empresas do setor. Há uma expectativa de votação ainda hoje. Se o Senado aprovar sem emendas, a MP vai direto para a assinatura do presidente Jair Boslonaro, que, via decreto, regularizaria essa ampliação do prazo da suspensão dos contratos de trabalho, com as regras contidas na medida provisória.

Rio de Janeiro (R$ 12,48 bilhões) e São Paulo (R$ 31,77 bilhões), dois dos principais focos do coronavírus no Brasil, concentram mais da metade do prejuízo nacional estimado pela CNC para o setor. “Os aeroportos desses dois Estados registraram quedas de até 99% na oferta de transporte aéreo, em abril e maio. Esse ajuste ao novo patamar da demanda fez cair a taxa média de cancelamento nessas localidades, que chegou a superar 90% no fim de março”, destaca o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, acrescentando que a quantidade de voos confirmados em todo o País seguiu próxima ao piso histórico, registrando recuos expressivos em relação ao período anterior à pandemia (-94% em abril e -92% em maio).
Somente no final de junho e em julho as aéreas veem um movimento maior de demanda e já planejam aumentar a malha, como anunciado pela Gol e pela Azul esta semana.

EMPREGOS
Os setores de Hospedagem e Alimentação – responsáveis por quase 60% do emprego no Turismo – foram os que mais perderam postos formais de trabalho no bimestre março-abril.
Embora os dados oficiais sobre o impacto nas receitas do Turismo ainda sejam relativos ao mês de março, inegavelmente houve avanços da crise no setor, nos meses subsequentes. De acordo com o Índice de Atividade do Turismo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês em que foi decretada pandemia mundial, o volume de receitas do setor de serviços recuou 6,9%. No Turismo, a mesma pesquisa indica queda de 30% ante fevereiro, com destaque no mesmo período para as retrações nos serviços de alojamento e alimentação (-33,7%) e no transporte aéreo (-27,5%).

A confirmação desse potencial pode ser através dos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Somente os subsetores de alojamento e alimentação fora do domicílio, responsáveis por mais da metade (57%) da ocupação no Turismo, eliminaram 211,7 mil postos formais de trabalho nos meses de março e abril deste ano acumulando no bimestre uma retração de sua força laboral celetista de 11,08%.
Observada a manutenção das perdas também no mês de maio, somente nestes segmentos, o primeiro trimestre da pandemia pode ter eliminado aproximadamente 350 mil empregos formais.

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