Gol mantém liquidez em R$ 4,2 bilhões no balanço do 1º tri
Temos experiência em navegar em tempos de estresse, comentou o presidente da Gol, Paulo Kakinoff
"Agimos rapidamente para nos adaptar ainda quando o impacto da covid-19 não era tão evidente. Estamos focados neste momento da pandemia em três prioridades. Em primeiro lugar, proteger a saúde e a segurança de nossos colaboradores e clientes (todos deverão usar máscara a bordo e nos aeroportos a partir de 11 de maio). Segundo, preservar a liquidez financeira da companhia para superar essa crise (a liquidez se manteve e R$ 4,2 bilhões no trimestre) e, terceiro, assegurar que permanecemos bem posicionados para a continuidade do sucesso do negócio, quando do retorno das atividades, por meio de um plano robusto para a retomada normal das operações”
A Gol está operando apenas uma malha essencial entre capitais, tendo suspendido quase 90% de seus voos durante o pico da pandemia no País.
Segundo Paulo Kakinoff, “as ações responsáveis que tomamos incluem a suspensão temporária de quase todos os voos, postergação de pagamentos de arrendamentos, corte de investimentos, adiamento no recebimento de novas aeronaves, renegociação de prazos com fornecedores, redução significativa nas despesas com pessoal e cooperação com o governo brasileiro”.
A Gol informou na divulgação do balanço que tem à sua disposição mais de R$ 7 bilhões em fontes de liquidez, equivalentes à receita esperada da empresa até o final do ano.
“Ao agirmos com rapidez e determinação, reduzimos custos fixos e, ao mesmo tempo, preservamos o emprego dos nossos colaboradores e o capital de giro da companhia no curto prazo. Isso nos propicia a liquidez necessária para enfrentar a tempestade”, acrescentou Kakinoff.
A Gol espera manter essa configuração de malha atual até meados de maio, quando aumentará a frequência de seus voos e ampliará gradativamente a cobertura para outras cidades, como Foz do Iguaçu (PR) e Navegantes (SC), e retornará as operações no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo e em Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
PRIMEIRO TRIMESTRE
Os resultados do primeiro trimestre foram afetados pelo início da crise da covid-19 no Brasil (as recomendações de isolamento social começaram logo após a OMS ter anunciado a situação de pandemia, em 11 de maio). O número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) na Gol no período caiu 6,4% totalizando 9,9 bilhões, enquanto o Assento Quilômetro Ofertado (ASK) reduziu 4,4% na comparação trimestral.
A Gol transportou 8,3 milhões de clientes, uma queda de 6,7%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 7,8 milhões no mercado doméstico (-7,1%) e 0,5 milhão no internacional (-15,8%).
A receita líquida foi de R$ 3,1 bilhões, 2% inferior em relação ao 1T19. A receita com transporte de cargas e outros cresceu 16,4% para R$ 206,4 milhões.
Como porcentagem da receita líquida, os custos e despesas operacionais da Gol diminuíram 17 pontos percentuais para 67,4%, comparativamente a 84,2% no 1T19.
O EBITDA recorrente e o lucro operacional (EBIT) recorrente atingiram R$ 1,4 bilhão e R$ 938 milhões, respectivamente. A margem EBITDA recorrente e a margem operacional (EBIT) recorrente foram de 45,7% e 29,8%, um aumento de 16,1 p.p. e 12,8 p.p. respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.
O lucro líquido recorrente foi de R$ 173 milhões. O lucro por ação diluído foi de R$ 0,44 e o lucro por ADS diluído foi de US$ 0,20;
A Gol registrou no período geração de caixa operacional de R$1,1 bilhão, com margem de fluxo de caixa operacional de 35,6%, uma melhora de 27,7 p.p. na comparação trimestral. A companhia amortizou R$ 1,2 bilhão de principal e juros de dívidas e arrendamentos no trimestre, incluindo o pagamento antecipado de R$ 426,6 milhões de Senior Notes emitidas no mercado internacional. A liquidez total foi de R$ 4,2 bilhões, composta por R$ 3 bilhões em caixa e aplicações e R$ 1,2 bilhão em recebíveis.
OPERAÇÃO
O yield médio por passageiro no primeiro trimestre de 2020 foi de 29,57 centavos (R$), um aumento de 3,6%. A pontualidade de 92,6%, um aumento de 5,5 p.p., de acordo com a Infraero e dados fornecidos pelos principais aeroportos; e a taxa de ocupação média chegou a 79,8%, uma redução de 1,7 p.p. A utilização média de aeronaves de 12,1 horas/dia, queda de 5,5%.
A Receita Líquida por Assento Quilômetro Ofertado (RASK) foi de 25,26 centavos (R$), um aumento de 2,6%. A Receita de Passageiros Líquida por Assento Quilômetro Ofertado (PRASK) foi de 23,60 centavos (R$), incremento de 1,4%.