Rodrigo Vieira   |   09/06/2020 11:54

2020 é o pior ano da história da aviação, mostra Iata

Receita das companhias será cerca de 50% menor, e margem de lucro líquido cairá 20%


Asia News Network
Aeroporto em Seul, praticamente vazio neste período de pandemia
Aeroporto em Seul, praticamente vazio neste período de pandemia
Receitas pela metade e margem de lucro líquida reduzida em um quinto. A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) atualizou o panorama das companhias aéreas no mundo e constata que as perdas devem chegar a US$ 84,3 bilhões, para uma margem de lucro líquida 20,1% menor do que em 2019. A receita cairá 50%, em US$ 419 bilhões, contra US$ 838 bilhões em 2019.

Em 2021, a Iata prevê que as perdas serão reduzidas para US$ 15,8 bilhões, enquanto as receitas devem subir para US$ 598 bilhões. Isto é, no ano que vem os níveis registrados em 2019 não serão alcançados.

"Financeiramente, 2020 será o pior ano da história da aviação. Em média, a indústria soma um prejuízo de US$ 230 milhões a cada dia do ano. No total há uma perda de US$ 84,3 bilhões. Isso significa que, baseado na estimativa de 2,2 bilhões de passageiros em 2020, as aéreas perdem US$ 37,54 por passageiro. É por isso que o suporte financeiro dos governos era e ainda se mantém crucial para a sobrevida das empresas", pondera o CEO e diretor geral da Iata, Alexandre de Juniac.

Juniac reforça que nessas estimativas não está sendo considerada uma segunda e ainda mais perigosa onda de covid-19, ou seja, considera que o pior da pandemia já passou para o setor aéreo. "Portanto é essencial que haja um protocolo universal de medidas para a retomada, seguindo o que a Associação Internacional de Aviação Civil (ICAO) impõe para manter passageiros e tripulantes seguros", afirma o CEO da Iata.

"E, com a ajuda de um rastreamento efetivo, essas medidas devem dar aos governos a confiança de abrir suas fronteiras sem quarentena obrigatória. Estamos falando de uma importante fatia da economia, pois cerca de 10% do PIB global vêm do Turismo, e o setor aéreo tem contribuição fundamental para esta indústria. Fazer as pessoas viajarem novamente, de maneira segura, será um impulso econômico poderoso."

DEMANDA DE PASSAGEIROS JÁ COMEÇA A MELHORAR

Com as fronteiras fechadas e os países conduzindo suas próprias medidas de isolamento, a demanda de passageiros em abril chegou a 5% do que o registrado em abril de 2019. Entretanto já há indicadores apontando melhora gradual no tráfego em maio e principalmente junho.

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