Rodrigo Vieira   |   07/04/2020 11:07
Atualizada em 07/04/2020 11:24

Na aviação, 25 milhões de emprego estão em risco

Cálculos são da Iata, que promete não cometer os mesmos erros cometidos com a crise de 11 de setembro


Pixabay
Aproximadamente 25 milhões de empregos ligados à indústria da aviação estão em risco com a queda da demanda no setor provocada pela pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata).

Globalmente, 65,5 milhões de pessoas dependem da aviação para sobreviver, incluindo setores como Viagens e Turismo. Entre eles, 2,7 milhões têm a carteira assinada por companhias aéreas. Em um cenário de restrições severas em viagens em três meses, a Iata calcula que 25 milhões de profissionais na aviação estão em perigo espalhados pelas seguintes regiões:

- 2,9 milhões na América Latina
- 11,2 milhões na Ásia-Pacífico
- 5,6 milhões na Europa
- 2 milhões na América do Norte
- 2 milhões na África
- 0,9 milhão no Oriente Médio.

QUEDA VERTIGINOSA NO FATURAMENTO
A queda de receita em 2020 na comparação com 2019, para as companhias aéreas, deve ser na ordem de US$ 252 bilhões, 44% menos do que o faturado em 2019. Este segundo trimestre será o período mais crítico, com a demanda despencando 70% no seu pico negativo, e companhias aéreas tendo de "queimar" US$ 61 bilhões de seus caixas.

"Não há palavras que descrevam adequadamente o impacto devastador da covid-19 na indústria aérea. As consequências econômicas serão compartilhadas por 25 milhões de pessoas cujos empregos são dependentes das companhias aéreas. As companhias aéreas precisam de ajuda para que possam ter uma boa recuperação quando a pandemia for contida", aponta o diretor geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac.

Segundo ele, a Iata está protagonizando uma ação abrangente de medidas com múltiplos stakeholders para quando chegar o momento de recuperação. Diversas reuniões diárias fazem parte da agenda da Iata com foco no que é necessário para reabrir fronteiras fechadas e soluções que podem ser operacionalizadas e escalonadas eficientemente.

"Esperamos que quando reabrirmos, não estejamos como fechamos há algumas semanas. As companhias aéreas ainda conectarão o mundo, e vamos fazê-lo por meio de uma grande variedade de modelos de negócios. Ainda assim os processos da indústrias precisarão se adaptar, e rapidamente. Não queremos repetir os mesmos erros cometidos depois de 11 de setembro, quando várias novas medidas foram tomadas de maneira descoordenada", completou Juniac.


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