Artur Luiz Andrade   |   18/03/2020 20:30
Atualizada em 19/03/2020 13:12

Sanovicz explica importância das medidas para a aviação

Sanovicz explica importância das medidas para a aviação, incluindo alívio de R$ 300 mi por mês com taxas


Divulgação
Eduardo Sanovicz
Eduardo Sanovicz

O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, falou ao Portal PANROTAS que as primeiras medidas anunciadas pelo governo federal atendem aos pleitos das companhias aéreas nacionais, que viram seu movimento despencar por conta da crise do novo coronavírus. “Somente com as tarifas do Decea (aeroportuárias) o setor gasta R$ 300 milhões por mês”, disse ele. Além da postergação do pagamento dessas taxas, o governo autorizou o reembolso de passagens em até um ano e vai lançar uma linha de crédito para as companhias.

PORTAL PANROTAS – Com essas medidas a aviação nacional já consegue respirar?
EDUARDO SANOVICZ – Estamos vendo pela primeira vez desde o começo da crise o mundo andar pra frente de forma palpável. É a primeira parte de uma agenda com o governo. Primeiro a questão das taxas e do reembolso. Depois virá a linha de crédito. Em seguida mais avanços. Nos reunimos com todos os envolvidos do governo (Anac, Economia, Turismo, Senacom, Infraestrutura, Secretaria de Aviação Civil) e com base nos dados que mostramos, alguns em confidencialidade, eles puderam avaliar o que poderiam fazer para um dos setores essenciais da economia.

PP – Já há um valor para essa linha de crédito?
SANOVICZ – Preferimos mostrar esses dados e deixar o governo avaliar, até porque há outros setores com as mesmas demandas. O Ministério da Economia está seguindo uma linha de muita parceria, mas não posso deixar de exaltar o papel do Ministério da Infraestrutura e da Secretaria de Aviação Civil.

PP – A Iata fala em US$ 200 bilhões necessários para as empresas no mundo...
SANOVICZ – A Iata tem os nossos números também. Vamos aguardar a determinação do governo. Mas só as taxas do Decea (aeroportuárias) significam gastos de R$ 300 milhões para as companhias nacionais em um mês.

PP – E a questão do reembolso?
SANOVICZ – Também é uma medida de alívio do caixa. Assim como o Turismo está fazendo, a ideia é que o passageiro remarque, adie, e não cancele. Quem remarcar, não paga nada, continua com seu crédito. Quem optar por cancelar, receberá o valor em 12 meses. Mas o importante é adiar a viagem. O aspecto econômico na hora da retomada será importante, mas também a questão do astral do brasileiro. E viajar vai ser importante para isso.

PP – Dá para prever que o doméstico voltará mais rapidamente?
SANOVICZ – Não. Trata-se de uma crise sem precedentes, nunca vimos um cenário assim. Pode ser que doméstico e internacional voltem juntos, pode ser que o dólar baixe para um outro patamar.

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