Karina Cedeño   |   28/04/2025 10:52
Atualizada em 28/04/2025 17:53

American ajusta capacidade e defende ações para estimular demanda por viagens aos EUA

Companhia aérea diz estar se ajustando ao ambiente incerto já citado por suas concorrente


Divulgação
Companhia registrou uma receita operacional total de US$ 12,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano
Companhia registrou uma receita operacional total de US$ 12,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano

Diante de um ambiente econômico incerto nos Estados Unidos, a American Airlines está defendendo políticas e ações que estimulem a demanda por viagens, tanto no mercado interno quanto no Exterior. "Isso começa com a iniciativa de tornar os EUA um destino acolhedor para viajantes internacionais", disse o CEO da AA, Robert Isom.

Ele citou eventos futuros, como a Copa do Mundo Fifa 2026, da qual a empresa é patrocinadora, descrevendo o setor de viagens como um motor importante para a economia dos EUA. Apoiar esse crescimento também significa, para ele, "expandir as viagens sem necessidade de visto, reduzir os tempos de processamento de vistos e acelerar a implementação de novas tecnologias para tornar as viagens mais fluídas e seguras".

Esforços para modernizar o controle de tráfego aéreo (ATC) também serão fundamentais, segundo ele, que descreveu o sistema atual envelhecido como "provavelmente o maior limitador de crescimento do setor nos próximos anos".

American já ajusta operações

A American Airlines divulgou os resultados operacionais e financeiros referentes ao primeiro trimestre, com destaque para os US$ 12,6 bilhões de receita, praticamente o mesmo resultado alcançado no 1T24, além de US$ 1,7 bilhão de geração de fluxo de caixa livre, o que permitiu um fortalecimento adicional de seu balanço.

Companhia está se ajustando ambiente incerto já citado por seus concorrentes, adotando "uma abordagem cautelosa, até mesmo negativa para o crescimento" no próximo ano. A companhia está preparada para reduzir voos em períodos de baixa demanda, aposentar aeronaves, adiar entregas e devolver ativos alugados.

A American se junta a uma lista crescente de companhias que estão suspendendo suas projeções para 2025, até que o cenário econômico se torne mais claro. Para o segundo trimestre, a empresa espera que a capacidade aumente cerca de 2% a 4% em relação ao ano anterior.. "Vou dizer agora que temos uma inclinação negativa para toda a capacidade daqui para frente", destacou Isom.

Assim como seus principais concorrentes, a American está observando fraqueza na Main Cabin doméstica entre seus clientes mais sensíveis a preços. As viagens internacionais a partir dos EUA continuam fortes, embora as perspectivas além do verão sejam incertas. Cerca de 75% das vendas internacionais da companhia são feitas nos EUA, um pouco abaixo dos 80% da United Airlines e da Delta Air Lines.

Expansão das viagens corporativas e melhorias na distribuição

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Robert Isom, CEO da American Airlines
Robert Isom, CEO da American Airlines

Para a American, as viagens a negócios parecem estar saudáveis; a companhia descreve o segmento como "vibrante", sugerindo que pode estar em uma posição melhor para perceber melhorias devido a seus esforços de recuperação de vendas e distribuição. Em 2024, a empresa reverteu uma nova estratégia de distribuição corporativa, considerando-a um erro tático.

"Enquanto a economia continuar apoiando o tráfego de negócios, continuaremos a expandir as viagens corporativas no segundo trimestre e devemos crescer mais rápido do que as outras companhias aéreas por causa do progresso nos nossos esforços de distribuição"

Steve Johnson, vice-presidente e diretor de Estratégia da American Airlines

As tarifas continuam sendo uma grande preocupação para as companhias aéreas dos EUA, à medida que avaliam o impacto nas entregas de aeronaves e na cadeia de suprimentos em geral. Para o próximo ano, a American espera receber entre 40 e 50 novas aeronaves, incluindo Airbus A321XLRs, que agora são esperados para o final do ano. "Temos trabalho a fazer até lá", comentou Isom. No entanto, a companhia não tem entregas "de curto prazo" que possam estar sujeitas a tarifas, ele observou, criticando a possibilidade de custos adicionais.

"As aeronaves já são caras demais. Não quero pagar ainda mais por aeronaves. Não faz sentido... Certamente, não é algo que pretendemos absorver, e, digo mais, não é algo que nossos clientes aceitariam bem. Precisamos trabalhar nisso"

Robert Isom, CEO da American Airlines

O CEO da companhia espera que, em colaboração com o governo dos EUA, seja possível alcançar um acordo que garanta a competitividade da aviação no país.

Fonte: Aviation Week

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