CCO do Grupo Abra destaca expansão na América Latina e sinergia de Gol e Avianca
Pela primeira vez, um executivo do Grupo Abra esteve no Brasil para falar sobre estratégias da empresa
Pela primeira vez na história, um executivo do Grupo Abra, empresa controladora das companhias aéreas Avianca, Gol e Wamos, esteve no Brasil para falar dos projetos da holding para o País e América Latina. Joe Mohan, CCO (Chief Commercial Officer) do Grupo Abra, realizou uma avaliação do mercado e do futuro das companhias em participação inédita no Fórum PANROTAS 2025, nesta quarta-feira (12), em São Paulo.
"Estamos há três anos no mercado como uma holding que administra Avianca, Gol e Wamos. Temos uma política de ser low-profile, assim como acontece com a Meta e suas redes como Instagram e Whatsapp, por exemplo. Nosso objetivo é ser uma plataforma para impulsionar o crescimento das companhias no mercado, ou seja, fazer a Gol Linhas Aéreas ser uma companhia aérea cada vez mais internacional, por exemplo, e manter a liderança da Avianca em Miami ou até mesmo expandir suas operações no Caribe. Hoje, as duas estão conectadas, em grande parceria que faz com que tenham sinergia para operar voos em todo o continente"
Joe Mohan, CCO do Grupo Abra
Com o objetivo de fortalecer a presença de suas companhias na região, o Grupo Abra hoje conta com uma frota de mais de 300 aeronaves, sendo 144 unidades da Gol e 158 da Avianca, operando em mais de 25 países, para mais de 130 destinos, empregando cerca de 30 mil funcionários.
"E nossa estrutura permite que as companhias aéreas mantenham suas marcas, talentos e cultura. A Abra hoje fornece uma plataforma que permite que elas reduzam custos, aumentem a escala, continuem a operar uma frota de aeronaves de última geração e expandam rotas, serviços, ofertas de produtos e programas de fidelidade"
Joe Mohan, CCO do Grupo Abra
Entre as missões do Grupo Abra, estão:
- Criar um perfil financeiro forte e atraente para dar suporte a uma rede de companhias aéreas que terá um dos menores custos unitários em suas respectivas geografias, criando valor para todas as partes interessadas;
- Tornar as viagens cada vez mais acessíveis, confiáveis e sustentáveis para os passageiros e impulsionar o desenvolvimento econômico;
- Maximizar as sinergias potenciais entre duas transportadoras latino-americanas e aproveitar suas fortes posições de mercado existentes;
- Liderar programas de fidelidade em toda a região.
Fusão de Gol e Azul
Questionado pelo CCO e editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, sobre a possível fusão entre Gol e Azul, Joe Mohan afirmou que, em sua posição, não pode dar declarações sobre o assunto, mas está certo de que a possível combinação de negócios trará vantagens para ambas, assim como já aconteceu em outros mercados.
"O que podemos dizer é que, quando olhamos para outros mercados, vemos que isso acontece muito. É o caso dos Estados Unidos, com suas fusões, e da Europa, com seus grandes grupos de companhias aéreas (IAG, por exemplo). O que queremos é ser uma plataforma para que as companhias possam ter melhores condições operacionais, mais ganhos e melhores oportunidades para nossos passageiros"
Joe Mohan, CCO do Grupo Abra
Joe também citou que a possível combinação de negócios manterá a independência das companhias, que seguirão com seus próprios times e e estratégias. Além disso, quando questionado sobre uma padronização de experiência de Avianca e Gol, o diretor afirmou que a ideia é aprimorar os produtos de ambas, embora reconheça que cada aérea tenha seu perfil de passageiros e interesses.
Concorrência na América Latina
Artur Luiz Andrade citou dados, publicados na revista PANROTAS que circula pelo evento, que revelam que o Grupo Latam está a frente do Grupo Abra em share de mercado na América Latina. Sobre a possibilidade do Grupo Abra passar a liderar, Joe afirmou que há alguns desafios para isso.
Entre eles, os tamanhos das frotas, a concorrência por recursos, como a chegada de novas aeronaves, e pelo fato do Brasil ser um mercado muito caro para operar. Apesar disso, o CFO do Grupo Abra lembrou que Avianca e Gol seguem com estratégias agressivas de crescimento para este ano, ainda mais com a possibilidade de receber novas aeronaves e, consequentemente, aumentar a capacidade aérea.
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