Filip Calixto   |   28/02/2025 17:22

Ex-secretária do consumidor vai militar contra fusão de Gol e Azul

Especialista afirma que processo não leva em consideração os interesses dos consumidores

Unsplash/Kevin Woblick
Juliana Pereira questiona as razões que sustentam o negócio, que foi anunciado como uma solução para salvar as empresas, mas, segundo ela, não há um único aspecto que contemple a melhoria das condições para os passageiros
Juliana Pereira questiona as razões que sustentam o negócio, que foi anunciado como uma solução para salvar as empresas, mas, segundo ela, não há um único aspecto que contemple a melhoria das condições para os passageiros

Juliana Pereira, criadora da plataforma pública Consumidor.gov, se prepara para iniciar uma campanha de oposição à fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul.

A advogada e presidente do IPSConsumo (Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo) afirmou, em entrevista à Folha de São Paulo, que o processo não leva em consideração os interesses dos consumidores, e por isso ingressará com uma representação junto ao Ministério Público Federal e à Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor).

Juliana questiona as razões que sustentam o negócio, que foi anunciado como uma solução para salvar as empresas, mas, segundo ela, não há um único aspecto que contemple a melhoria das condições para os passageiros.

"Quem garante que esse duopólio que se anuncia não tornará o transporte aéreo ainda mais caro?"

Juliana Pereira, criadora da plataforma Consumidor.gov

A ex-secretária nacional do consumidor, que ocupou o cargo entre 2010 e 2016, acredita que há uma falta de mobilização das entidades de defesa do consumidor sobre a fusão, o que ela classifica como um "apagão".

Para ela, o memorando de entendimento firmado entre as companhias não apresenta garantias relacionadas aos direitos dos clientes, como políticas de preços, programas de milhagem ou integração das plataformas de atendimento. "Não se sabe se as condições dos planos de pontos serão mantidas ou sequer se eles continuarão existindo separadamente", alerta.

Juliana Pereira reafirma a necessidade de uma análise criteriosa do impacto da fusão sobre o Código de Defesa do Consumidor, especialmente em relação ao mercado de aviação, que pode sofrer consequências negativas para os passageiros caso o acordo seja aprovado sem a devida consideração dos direitos dos consumidores.

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