Pedro Menezes   |   25/09/2024 12:18
Atualizada em 25/09/2024 12:28

Azul estima R$ 20 bi de receita; Moody crê em recuperação de caixa

Além disso, de acordo com a companhia, o EBTIDA deve fechar o ano acima de R$ 6 bilhões

PANROTAS / Emerson Souza
John Rodgerson, CEO da Azul
John Rodgerson, CEO da Azul

A Azul estima R$ 20 bilhões de receita em 2024, impulsionados pelo ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento das unidades de negócios, bem como a alta de 7% de capacidade em relação a 2023. Além disso, de acordo com a companhia, o EBTIDA deve fechar o ano acima de R$ 6 bilhões.

O ajuste no crescimento de capacidade, segundo a companhia em atualização aos investidores, acontece em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul em maio e o fechamento do Aeroporto de Porto Alegre, bem como à redução temporária da capacidade internacional no primeiro semestre e atraso na entrega de aeronaves.

No mais, a Azul espera uma alavancagem em torno de 4,2x ao final de 2024, resultado do EBITDA atualizado, além de uma desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, que impacta dívidas em dólar.

Divulgação

Agência Moody rebaixa rating, mas acredita na Azul

A Moody's Ratings, por sua vez, rebaixou o rating corporativo (CFR) da Azul de Caa1 para Caa2 e rebaixou de B3 para Caa1 o rating da dívida sênior garantida de primeiro grau e de Caa2 para Caa1 o rating das dívidas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP (Delaware), Na ocasião, o rating da dívida sênior não garantida da Azul Investments LLP também foi de Caa2 para Caa3.

A perspectiva para os emissores foi alterada de positiva para negativa. Apesar disso, a agência acredita que a geração de caixa operacional da Azul se recuperará para entre R$ 3,5 e R$ 5 bilhões ao fim do ano.

"O rebaixamento dos ratings da Azul reflete os resultados mais fracos que a empresa registrou em 2024 e a queima de caixa resultante, o que aumentou os riscos de liquidez. A Azul gerou R$ 1,2 bilhão em EBIT durante o primeiro semestre de 2024, mas altas necessidades de capital de giro, ônus da dívida e despesas de capital levaram a uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão. A posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023, e a empresa tem R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo. Consequentemente, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para cobrir necessidades de liquidez"

Moody's Ratings, em comunicado

A classificação corporativa (CFR) Caa2 da Azul também reflete, segundo a agência, a exposição da Azul à volatilidade do setor aéreo e aos crescentes riscos macroeconômicos.

Pontos positivos

Divulgação
A agência informou ainda que a Azul tem uma posição comercial única no Brasil
A agência informou ainda que a Azul tem uma posição comercial única no Brasil

A agência informou ainda que a Azul tem uma posição comercial única no Brasil (Ba2 positivo) como a única transportadora em cerca de 80% de suas rotas, o que resulta em menor concorrência e forte poder de precificação. A capacidade da Azul de reduzir custos durante a pandemia e suas políticas financeiras conservadoras são pontos positivos de crédito adicionais para a empresa.

"A classificação também captura a recuperação pós-pandemia mais rápida do que o esperado no tráfego de passageiros no Brasil e a concorrência e capacidade mais racionais no mercado brasileiro, o que permitiu que as transportadoras aumentassem as tarifas aéreas, mitigando o efeito dos preços mais altos do combustível de aviação e outras pressões inflacionárias de custos"

Moody's Ratings, em comunicado

Liquidez

Em junho de 2024, a posição de caixa da Azul era de R$ 1,4 bilhão, o que foi suficiente para cobrir cerca de 24% da dívida total da empresa com vencimento no curto prazo (incluindo arrendamentos). A empresa tem cerca de R$ 5,6 bilhões em pagamentos de leasing programados até o final de 2025, além de R$ 1,8 bilhão em dívidas a serem quitadas até 2025.

"Estimamos que a geração de caixa operacional da Azul se recuperará para entre R$ 3,5 e R$ 5 bilhões em 2024-25, enquanto a empresa administrará a saída de caixa atrasando a entrega de aeronaves para reduzir os gastos de capital e administrar a geração de caixa. No entanto, a empresa ainda precisará refinanciar seus vencimentos de dívida para evitar uma queima de caixa significativa nos próximos anos"

Moody's Ratings, em comunicado

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados