Azul estima R$ 20 bi de receita; Moody crê em recuperação de caixa
Além disso, de acordo com a companhia, o EBTIDA deve fechar o ano acima de R$ 6 bilhões
A Azul estima R$ 20 bilhões de receita em 2024, impulsionados pelo ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento das unidades de negócios, bem como a alta de 7% de capacidade em relação a 2023. Além disso, de acordo com a companhia, o EBTIDA deve fechar o ano acima de R$ 6 bilhões.
O ajuste no crescimento de capacidade, segundo a companhia em atualização aos investidores, acontece em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul em maio e o fechamento do Aeroporto de Porto Alegre, bem como à redução temporária da capacidade internacional no primeiro semestre e atraso na entrega de aeronaves.
No mais, a Azul espera uma alavancagem em torno de 4,2x ao final de 2024, resultado do EBITDA atualizado, além de uma desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, que impacta dívidas em dólar.
Agência Moody rebaixa rating, mas acredita na Azul
A Moody's Ratings, por sua vez, rebaixou o rating corporativo (CFR) da Azul de Caa1 para Caa2 e rebaixou de B3 para Caa1 o rating da dívida sênior garantida de primeiro grau e de Caa2 para Caa1 o rating das dívidas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP (Delaware), Na ocasião, o rating da dívida sênior não garantida da Azul Investments LLP também foi de Caa2 para Caa3.
A perspectiva para os emissores foi alterada de positiva para negativa. Apesar disso, a agência acredita que a geração de caixa operacional da Azul se recuperará para entre R$ 3,5 e R$ 5 bilhões ao fim do ano.
"O rebaixamento dos ratings da Azul reflete os resultados mais fracos que a empresa registrou em 2024 e a queima de caixa resultante, o que aumentou os riscos de liquidez. A Azul gerou R$ 1,2 bilhão em EBIT durante o primeiro semestre de 2024, mas altas necessidades de capital de giro, ônus da dívida e despesas de capital levaram a uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão. A posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023, e a empresa tem R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo. Consequentemente, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para cobrir necessidades de liquidez"
Moody's Ratings, em comunicado
A classificação corporativa (CFR) Caa2 da Azul também reflete, segundo a agência, a exposição da Azul à volatilidade do setor aéreo e aos crescentes riscos macroeconômicos.
Pontos positivos
A agência informou ainda que a Azul tem uma posição comercial única no Brasil (Ba2 positivo) como a única transportadora em cerca de 80% de suas rotas, o que resulta em menor concorrência e forte poder de precificação. A capacidade da Azul de reduzir custos durante a pandemia e suas políticas financeiras conservadoras são pontos positivos de crédito adicionais para a empresa.
"A classificação também captura a recuperação pós-pandemia mais rápida do que o esperado no tráfego de passageiros no Brasil e a concorrência e capacidade mais racionais no mercado brasileiro, o que permitiu que as transportadoras aumentassem as tarifas aéreas, mitigando o efeito dos preços mais altos do combustível de aviação e outras pressões inflacionárias de custos"
Moody's Ratings, em comunicado
Liquidez
Em junho de 2024, a posição de caixa da Azul era de R$ 1,4 bilhão, o que foi suficiente para cobrir cerca de 24% da dívida total da empresa com vencimento no curto prazo (incluindo arrendamentos). A empresa tem cerca de R$ 5,6 bilhões em pagamentos de leasing programados até o final de 2025, além de R$ 1,8 bilhão em dívidas a serem quitadas até 2025.
"Estimamos que a geração de caixa operacional da Azul se recuperará para entre R$ 3,5 e R$ 5 bilhões em 2024-25, enquanto a empresa administrará a saída de caixa atrasando a entrega de aeronaves para reduzir os gastos de capital e administrar a geração de caixa. No entanto, a empresa ainda precisará refinanciar seus vencimentos de dívida para evitar uma queima de caixa significativa nos próximos anos"
Moody's Ratings, em comunicado