Juiz bloqueia fusão entre JetBlue e Spirit nos EUA
Magistrado aponta que fusão consolidaria ainda mais um oligopólio e aumentaria preços da JetBlue
Em uma decisão proferida ontem (16), o juiz do Tribunal Distrital dos EUA, William Young, concluiu que a fusão entre Spirit Airlines e JetBlue prejudicaria substancialmente a concorrência, pelo menos em alguns mercados. A decisão é uma vitória para a Divisão Antitruste do Departamento de Justiça, que abriu o caso em março de 2023.
Iniciada em 2022, a negociação esperava ser concluída pelas companhias aéreas durante o primeiro semestre deste ano. No entanto, o processo foi turbulento desde o começo com rumores de provável recusa do Departamento de Justiça dos Estados Unidos já no primeiro trimestre de 2023, que foi potencializada com a determinação do fim da aliança entre American Airlines e JetBlue.
"Durante o julgamento, o governo invocou a experiência do consumidor médio da Spirit: uma estudante universitária em Boston que espera visitar seus pais em San Juan, Porto Rico; uma grande família de Boston planejando férias em Miami que só pode pagar a viagem pelos preços da Spirit”, escreveu Young na ordem de 109 páginas.
“É esta grande categoria de consumidores, aqueles que devem confiar na Spirit, que esta fusão prejudicaria; as companhias aéreas demandadas, embora extremamente bem representadas, simplesmente não podem demonstrar que estes consumidores evitariam danos”.
William Young, juiz do Tribunal Distrital dos EUA
Young também decidiu que se a fusão fosse permitida conforme proposto, "consolidaria ainda mais um oligopólio, duplicando imediatamente o tamanho das partes interessadas da JetBlue na indústria. Pior ainda, a fusão provavelmente incentivaria ainda mais a JetBlue a abandonar suas raízes como uma empresa independente e de baixo custo".
Em comunicado conjunto, JetBlue e Sprit discordam da decisão. “Continuamos a acreditar que a nossa combinação é a melhor oportunidade para aumentar a tão necessária concorrência e escolha, trazendo tarifas baixas e excelentes serviços a mais clientes em mais mercados, ao mesmo tempo que aumentamos a nossa capacidade de competir com as transportadoras dominantes dos EUA."
As aéreas acrescentaram que estão avaliando os próximos passos como parte do processo legal.
Com informações do portal Travel Weekly.