Comissários da American Airlines pedem requerimento de greve
Depois de negociar durante quase cinco anos, partes permanecem separadas em questões fundamentais
A Associação de Comissários de Bordo Profissionais (APFA), representando os 26 mil comissários de bordo da American Airlines, deu um passo importante em direção à greve: o sindicato apresentou oficialmente um pedido para ser liberado do governo federal mediação. O requerimento aconteceu ontem (20).
“A administração americana não chegou à mesa de negociações com as melhorias econômicas e não econômicas que os nossos comissários de bordo precisam de ver”, afirmou a presidente nacional da Associação de Comissários de Bordo Profissionais (APFA), Julie Hedrick. “Estamos prontos para atacar para conseguir o contrato que merecemos e que conquistamos.”
Nas sessões de negociação mediadas pelo Conselho Nacional de Mediação (NMB) nos últimos meses, o Sindicato deixou claro que a American Airlines não poderia continuar a prolongar a negociação e que um acordo ratificável deveria ser apresentado o mais tardar na semana de 13 de novembro. Tendo passado esse prazo sem a mudança que os comissários de bordo precisam ver, a APFA apresentou hoje o seu pedido oficial ao NMB para liberação da mediação.
De acordo com a Lei do Trabalho Ferroviário, que rege os acordos de negociação coletiva entre os sindicatos de comissários de bordo e as companhias aéreas, um período de reflexão de 30 dias segue a liberação da mediação, se aprovado. Durante este período, o sindicato se prepararia para decretar uma greve após os 30 dias. A American Airlines ainda poderia apresentar um acordo durante esse período.
“A cada dia em que as negociações se arrastam há dinheiro economizado para a American Airlines”, observou Julie, “e a cada dia que passa, a situação dos comissários de bordo piora. Temos comissários de bordo recém-contratados mudando-se para cidades de alto custo como Boston, Nova York e Miami, que não têm condições de pagar o aluguel e comprar comida. A American Airlines relata lucros recordes enquanto nossos comissários de bordo em tempo integral se qualificam para assistência pública. Isso tem que acabar agora.”
Além dos lucros recordes, a APFA também citou aumentos e bônus da administração. "Embora os gerentes tenham recebido aumentos e bônus, os comissários de bordo não recebem aumentos desde 2019 e estão lutando para sobreviver, apesar do heroísmo demonstrado durante a pandemia. Enquanto isso, os executivos e a administração da American Airlines presentearam-se este ano com belos bônus", comunicou.
O CEO Robert Isom, por exemplo, recebeu um bônus de US$ 2,75 milhões e US$ 8,25 milhões em concessões de ações restritas, de acordo com um documento regulatório de 20 de setembro. Ele ganha um salário base de US$ 1,3 milhão, junto com um bônus potencial de US$ 2,6 milhões e um subsídio de incentivo de longo prazo de US$ 11,25 milhões. Outros executivos da empresa também receberam bônus e incentivos.