Beatriz Contelli   |   09/08/2023 12:36
Atualizada em 09/08/2023 12:41

Gol anuncia iniciativa de compensação de combustível sustentável de aviação

Com início em setembro, companhia poderá se apropriar dos créditos de carbono de outra empresa aérea


Divulgação
Compensação do SAF será via Book & Claim
Compensação do SAF será via Book & Claim

A Gol anunciou que iniciará em setembro as operações piloto da compensação de combustível sustentável de aviação (SAF) por meio do sistema Book & Claim. O anúncio foi feito durante o Fórum de Sustentabilidade promovido pela Boeing e pela RSB (Roundtable on Sustainable Biomaterials), em São Paulo, cujo mote foi “Sustainable Aerospace Together”.

A notícia foi apresentada por Eduardo Calderon, diretor do Centro de Controle Operacional e Engenharia da Gol, integrante do painel “Produção de Combustíveis Sustentáveis de Aviação no Brasil - Aprendizados e Perspectivas Futuras”. O executivo trouxe um olhar da indústria sobre o tema e, para o anúncio conjunto, chamou ao palco Rodrigo Guimarães, diretor Comercial de Aviação da Vibra, fornecedora de combustíveis da Gol.

Tema recente não apenas na indústria da aviação, mas também em outros segmentos da economia, o modelo Book & Claim permite que uma empresa se aproprie dos créditos de carbono gerados por outra organização que já utiliza a energia renovável, por meio de pagamento. No caso do SAF, ainda sem uma cadeia produtiva legitimada no Brasil, a Gol reivindicará o uso de determinada quantidade de combustível sustentável a outra companhia aérea e receberá os créditos de carbono advindos dessa compensação.

“Para chegarmos à meta de descarbonização do setor em 2050, temos de começar agora. Dentre os pilares seguidos pela Gol para atingir o balanço líquido zero de carbono, a utilização de SAF é o mais urgente, representando 64% do conjunto de iniciativas. O projeto piloto do Book & Claim manterá a Gol no pioneirismo das iniciativas ligadas ao meio ambiente na América Latina, assim como aconteceu com a possibilidade de compensação de carbono pelos clientes e com o lançamento das duas primeiras rotas 100% carbono neutro do País, apresentadas pela companhia em 2021”, afirmou Calderon.

A Gol se comprometeu, no segundo trimestre de 2021, com o balanço líquido zero de carbono até 2050. Para atingir essa meta, a companhia se apoia em 4 pilares, definidos pela ICAO e ratificados pela Iata. Durante o evento, Calderon apresentou as porcentagens que cada um dos pilares representa no objetivo maior que é a descarbonização do setor:

  1. Utilização de aeronaves tecnologicamente mais avançadas que propiciam menor consumo e emissão de CO² - caso do Boeing 737 Max, grande destaque na frota da GOL: 15%;
  2. Melhorias operacionais contínuas (otimização do espaço aéreo e das operações em solo): 3%;
  3. Uso de combustível sustentável, na sigla SAF: 64%;
  4. Medidas baseadas no mercado – como exemplo, a compensação voluntária de carbono pelos clientes: 18%.

A Gol ainda comemorou no evento os 10 anos do primeiro voo comercial movido a biocombustível no Brasil, realizado pela companhia em 23 de outubro de 2013. A rota: São Paulo-Brasília. Ao todo, a empresa já operou mais de 360 voos com bioquerosene.

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