ITA completa um mês sem voar, com passageiros no chão e dívidas
Os aviões da Itapemirim não voam desde o dia 17 de dezembro de 2021
Há exatamente um mês, no dia 17 de dezembro, protestos em aeroportos e vídeos em rede sociais davam cara a uma crise ainda sem solução na mais nova companhia aérea brasileira. Continuidade de uma tradicional empresa nacional, o Grupo Itapemirim, a ITA Transportes Aéreos começou a voar pelo Brasil em junho e menos de um ano depois deixou seus passageiros e aeronaves no chão, fornecedores e colaboradores sem receber, perdeu parte de suas equipes e é alvo de uma série de ações na justiça com pedidos, inclusive, de decretação de falência e bloqueio dos bens dos líderes da companhia.
O descompasso do dia 17 de dezembro tinha uma razão clara: os problemas financeiros que assolavam o grupo antes mesmo do lançamento da companhia aérea. Mas toda a situação ficou ainda mais visível em virtude do momento, já dentro da alta temporada de viagens e às vésperas do início das comemorações de Natal e Ano Novo.
À época, a companhia justificou a paralisação das atividades em função de uma "reestruturação interna". Em comunicado divulgado para colaboradores, imprensa e passageiros informava que as autoridades competentes já haviam sido avisadas e que trabalharia para resolver os problemas de viajantes, sobretudo aqueles que estavam no meio das viagens.
"A ITA lamenta os transtornos causados e afirma que irá continuar prestando toda assistência aos passageiros impactados, conforme prevê a resolução 400 da Anac", dizia o comunicado amplamente divulgado pela aérea.
Não eram raros, entretanto, os casos de viajantes que ainda faziam filas em guichês da empresa pelos aeroportos. A Anac, inclusive, chegou a pedir que os passageiros não fossem mais aos terminais até que a situação tivesse solução.
Com o passar dos dias, a ITA foi anunciando novos cancelamentos e outras empresas do setor se uniram para os viajantes e, por consequências, os agentes de viagens e operadoras que foram afetados pelo caso.
DESDOBRAMENTOS
Fora dos aeroportos, a situação também se desdobrou e a política se manifestou. O presidente da Comissão de Turismo da Câmara, deputado federal Bacelar (Podemos), solicitou ao Ministério Público Federal apuração da situação da Itapemirim. Já o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, deu declarações afirmando que a Anac interveio de maneira correta diante de um problema que "poderia ter sido mais grave".
Na esfera da justiça, a Itapemirim começou a prestar esclarecimentos para os Procons de São Paulo - com o qual já firmou um acordo para reembolsos - e Rio de Janeiro, com o risco de ser punida com multas milionárias nos dois casos.
"Dentro de casa" a companhia também enfrenta problemas. Sem pagar os colaboradores e pedindo que eles tenham compreensão com o momento, a empresa perdeu toda a equipe comercial, depois de um pedido coletivo de demissão.
E, no lance mais recente da história da suspensão das operações, a Itapemirim Transportes Aéreos foi proibida de vender bilhetes aéreos. A decisão veio por meio de uma medida cautelar e vigora enquanto a empresa não demonstrar o cumprimento de ações corretivas, como reacomodação de passageiros, reembolso integral da passagem aérea aos consumidores que optaram por esta alternativa e resposta aos clientes sobre todas as reclamações registradas na plataforma Consumidor.gov.br, inclusive aquelas cujo prazo de dez dias tenha sido descumprido pela empresa.
O descompasso do dia 17 de dezembro tinha uma razão clara: os problemas financeiros que assolavam o grupo antes mesmo do lançamento da companhia aérea. Mas toda a situação ficou ainda mais visível em virtude do momento, já dentro da alta temporada de viagens e às vésperas do início das comemorações de Natal e Ano Novo.
À época, a companhia justificou a paralisação das atividades em função de uma "reestruturação interna". Em comunicado divulgado para colaboradores, imprensa e passageiros informava que as autoridades competentes já haviam sido avisadas e que trabalharia para resolver os problemas de viajantes, sobretudo aqueles que estavam no meio das viagens.
"A ITA lamenta os transtornos causados e afirma que irá continuar prestando toda assistência aos passageiros impactados, conforme prevê a resolução 400 da Anac", dizia o comunicado amplamente divulgado pela aérea.
Não eram raros, entretanto, os casos de viajantes que ainda faziam filas em guichês da empresa pelos aeroportos. A Anac, inclusive, chegou a pedir que os passageiros não fossem mais aos terminais até que a situação tivesse solução.
Com o passar dos dias, a ITA foi anunciando novos cancelamentos e outras empresas do setor se uniram para os viajantes e, por consequências, os agentes de viagens e operadoras que foram afetados pelo caso.
DESDOBRAMENTOS
Fora dos aeroportos, a situação também se desdobrou e a política se manifestou. O presidente da Comissão de Turismo da Câmara, deputado federal Bacelar (Podemos), solicitou ao Ministério Público Federal apuração da situação da Itapemirim. Já o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, deu declarações afirmando que a Anac interveio de maneira correta diante de um problema que "poderia ter sido mais grave".
Na esfera da justiça, a Itapemirim começou a prestar esclarecimentos para os Procons de São Paulo - com o qual já firmou um acordo para reembolsos - e Rio de Janeiro, com o risco de ser punida com multas milionárias nos dois casos.
"Dentro de casa" a companhia também enfrenta problemas. Sem pagar os colaboradores e pedindo que eles tenham compreensão com o momento, a empresa perdeu toda a equipe comercial, depois de um pedido coletivo de demissão.
E, no lance mais recente da história da suspensão das operações, a Itapemirim Transportes Aéreos foi proibida de vender bilhetes aéreos. A decisão veio por meio de uma medida cautelar e vigora enquanto a empresa não demonstrar o cumprimento de ações corretivas, como reacomodação de passageiros, reembolso integral da passagem aérea aos consumidores que optaram por esta alternativa e resposta aos clientes sobre todas as reclamações registradas na plataforma Consumidor.gov.br, inclusive aquelas cujo prazo de dez dias tenha sido descumprido pela empresa.