ITA espera aporte de R$ 200 milhões e diz que atendimento normalizou
Companhia afirma que seu sistema foi hackeado e que terá injeção de R$ 200 milhões
A crise de imagem e confiança está instalada e se junta a uma crise financeira, já que a empresa, segundo seu CEO, Adalberto Bogsan, iria receber um aporte de R$ 200 milhões de um banco brasileiro em 30 de novembro e o dinheiro ainda não entrou. De acordo com ele, esse investimento deve chegar a qualquer momento e estabilizar as finanças e os projetos da companhia, que assume problemas de atendimento (causados por um hacker, no final de outubro), necessidade de mudança da equipe comercial para estar mais próxima do trade e os problemas econômicos que levaram ao parcelamento do salário de alguns funcionários.
Diante da quantidade de reclamações (e nem os consolidadores estavam sendo atendidos, para se ter ideia da gravidade da situação, pois são players que representam milhares de agentes), o Portal PANROTAS conversou com a cúpula da empresa – Adalberto Bogsan e os diretores Diógenes Toloni (comercial) e Emerson Sanglard (Comunicação e Marketing), que deram suas versões dos recentes acontecimentos e como estão solucionando os problemas.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
FROTA DESFALCADA
Se na chegada de Bogsan à empresa, em maio, ele fez uma reestruturação do plano inicial da companhia, para que fosse adequado à velocidade de chegada de aeronaves, agora, em dezembro, a frota volta a ser motivo de readequação de malha, mas por outros fatores.
A previsão da Ita era chegar a oito aeronaves em dezembro, o que diminuiu para sete no decorrer do semestre. Hoje a empresa opera com cinco aviões e precisou readequar a malha novamente para esse tamanho. Resultado: mudança de horário de voos e 20 mil passageiros impactados.
“Esse número, no passado, chegou a 97 mil clientes que foram remarcados. Agora diminuímos para 20 mil e estamos em contato com todos eles. O atendimento já voltou e com isso esperamos em duas semanas ter essas remarcações resolvidas”, explica Diógenes Toloni.
Segundo Bogsan, as aeronaves 6 e 7 estão no Brasil, esperando slots nos centros de manutenção e só devem entrar na frota oficialmente no começo de janeiro. O número 6 precisa de reparo em um motor, devido a um incidente com uma ave, e o sétimo chegou há pouco e precisa ser tropicalizado. “Tenho duas aeronaves paradas na Ásia e não consigo trazer, devido às restrições de pandemia.”
Hoje a companhia opera de 38 a 40 voos por dia e teve de cancelar a chegada a alguns destinos, como Foz do Iguaçu, e colocar escalas em alguns voos. “Foi a forma que encontramos para operar a malha com as cinco aeronaves”, explica Bogsan.
Diógenes Toloni e Adalberto Bogsan contaram ao Portal PANROTAS que o sistema de comunicação da Ita foi hackeado no final de outubro e o retorno foi bem lento. O call center ficou fora do ar e o atendimento logo depois foi somente via e-mail. Em seguida, o chat voltou a funcionar e agora, garantem, B2C e B2B estão sendo atendidos normalmente via call center e pelos novos executivos. As queixas do trade, portanto, são mais que justificadas, reconhece a companhia. “Pode haver alguma demora devido ao volume, mas o atendimento voltou”, garante Toloni. “Estamos trabalhando com prioridades de embarque (nas remarcações) e em duas semanas terminaremos esse trabalho.”
O call center da companhia hoje tem 52 colaboradores, e funciona das 6h às 21h.
COMERCIAL
Diógenes Toloni trocou toda a equipe comercial da Ita (Dirk Graetz, último remanescente do time anterior, deixou a empresa ontem), e criou núcleos de atendimento para o B2B: OTAs/CVC Corp; TMCs; Consolidadores e Operadores. São seis executivos externos, já fazendo visitas e mais um time interno, que inclui Grupos, BI e Back-Office.
APORTE
Para viabilizar o projeto da companhia, que por enquanto tem se mantido com capital do Grupo Itapemirim e as vendas de passagens, que ainda não cobrem os custos, a Ita Transportes Aéreos negocia com dois fundos nacionais. Um deles aportará R$ 200 milhões, que deveriam ter chegado em 30 de novembro. O atraso gerou o parcelamento de salários e uma crise pontual de fluxo de caixa. Segundo Bogsan, quando a empresa chegar a oito aeronaves já conseguirá ter uma operação com break-even. E os R$ 200 milhões irão garantir os investimentos para 2022, quando quer chegar aos prometidos 35 destinos nacionais. Para 2023, o internacional regular ainda está nos planos.
O fundo árabe que iria aportar R$ 500 milhões na empresa, segundo os executivos, nunca o fez. O foco é nos fundos brasileiros mesmo.
Os salários dos 462 colaboradores devem ser regularizados entre amanhã, sexta-feira, 17 (50% restantes) e o dia 20 (13º salário).
Os comentários no Portal PANROTAS revelam uma crise de confiança do mercado, devido à quantidade de mudança de voos e à falta de comunicação. A troca da equipe comercial também gerou desconfiança, mas Diógenes Toloni explicou que é exatamente o contrário. A nova equipe estará mais próxima do trade. “Não tínhamos equipe presente, ajudando na reacomodação. Vamos resolver isso e em janeiro trabalhar do zero. O atendimento já recomeçou”, disse.
Hoje 50% das vendas vêm do B2C e 50% do B2B, mas a intenção é chegar aos 30%/70%.
Emerson Sanglard diz que a prioridade no momento é resolver esses problemas operacionais de curto prazo, mas afirma que já prepara, para janeiro, um plano de marketing e de reposicionamento da marca.
“Atributos como espaço maior entre as poltronas, primeira bagagem despachada gratuita e marcação grátis de assentos já estão sendo oferecidos desde o começo das operações. Outros, como o serviço de bordo, são restringidos pela Anvisa. E há os que estamos desenvolvendo para 2022, como a classe ITA”, explica.
“O pior já passou”, finaliza Diógenes Toloni, pedindo um voto de confiança para a nova fase da Ita Transportes Aéreos.
CONTATOS
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Atendimento de segunda a sexta feira das 9h às 18h.
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Atendimento de segunda a sexta feira das 9h às 18h.
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Atendimento diário das 6h às 21h.
Um novo executivo de Vendas será anunciado na próxima semana, para o lugar de Dirk Graetz.