Retomada dos voos faz setor aéreo voltar a gerar empregos indiretos
Segundo a Abesata, em agosto, 86% do contingente de empregos pré-pandemia devem ser recriados
O avanço da vacinação contra a covid-19 e a volta da movimentação mais consistente do setor aéreo resultou na geração de empregos que orbitam em volta da atividade. De acordo com a Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo), a volta do fluxo de voos, que já corresponde a 68% da movimentação que existia antes da pandemia, já repercute em contratações para serviços auxiliares.
“Para nós, o ponto de virada da crise foi o começo da vacinação dos profissionais que trabalham com a aviação, iniciada em maio. De lá para cá temos visto a indústria se recuperar gradativamente e acreditamos que voltará aos níveis pré-pandemia antes do esperado”, disse Ricardo Aparecido Miguel, presidente da Abesata.
De acordo com o executivo, as contratações de mão de obra por parte das empresas de serviços em solo tiveram que ser antecipadas. O setor, que contava com o contingente de 46 mil profissionais antes da pandemia, precisou demitir um terço do pessoal, diante da queda no número de voos atendidos.
“O segmento de ground handling é intensivo de mão de obra e foi duramente penalizado pela crise sanitária, pois, além da redução drástica dos voos, as empresas tiveram enorme dificuldade em receber os valores devidos pelos serviços já prestados, aliado ao fato da dificuldade de conseguir empréstimos bancários, diante das exigências dos agentes financeiros que não quiseram compartilhar os riscos”, revela Miguel.
Segundo dados da Abear, a expectativa das empresas aéreas domésticas é atingir em agosto deste ano 70% da malha aérea vivenciada em agosto de 2019 (o que já ultrapassou essa expectativa, apesar de a malha estar mais focada no lazer, e não no corporativo, como era). Quanto à evolução da retomada dos voos e em particular os reflexos na mão de obra das empresas de serviços em solo, segundo a Abesata, o planejado para agosto de 2021 é chegar a 86% do contingente pré-pandemia (referência agosto de 2019).