Anac se defende após divulgar queda no preço de passagens
A Agência Nacional de Aviação Civil explicou o método que utiliza para comparar os preços de passagens e assume alta após a paralisação da Avianca no mercado
A Anac rebateu críticas após divulgar a queda de 1,3% na tarifa aérea doméstica no primeiro trimestre. Segundo a agência, o método utilizado para esse cálculo dos relatórios tem base científica e os preços das passagens variam de acordo com a época do ano e região do País.
“Compreender a oscilação de preços aéreos não é tão simples como o preço do feijão e do leite. Esta forma de precificação existe no mundo inteiro e enxergamos muito benefícios nela, mas realmente é difícil de compreender. O primeiro ponto é que, para fazer esse tipo de análise, precisamos de dados. Não podemos confrontar preços da baixa temporada com preços da alta, por exemplo. Não faz o menor sentido”, explica o gerente de Regulação das Relações de Consumo da Anac, Cristian Reis, durante conferência nesta quinta-feira.
Entre as justificativas para o aumento dos preços, a Anac destaca a variação do câmbio e alta do querosene de aviação. “A nossa coleta de dados é muito robusta, com aproximadamente 40 milhões de passagens vendidas. É óbvio que a tarifa dessas passagens oscilou ao longo do trimestre. Temos o câmbio subindo 16%, detalhe que impacta metade do total de custos e despesas, e o QAV, que teve alta de 10,8% e representa 30% do total de custos do setor.”
“Essa experiência é eventualmente mais recente, mas um fator que tende a contribuir para a alta das tarifas é a redução da oferta de uma empresa do porte da Avianca Brasil. Isso deve acontecer enquanto as empresas não conseguirem colocar de volta os aviões no mercado para atender aos passageiros”, ressalta o superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos (SAS) da Anac, Ricardo Catanant.
CAMPANHA DA AZUL
Há pouco tempo a Azul iniciou uma campanha agressiva nas redes sociais para engajar os seguidores a apoiar sua entrada na ponte aérea, em rota de Congonhas (SP) a Santos Dumont (RJ), que é dominada hoje por Gol e Latam com a suspensão das operações da Avianca. Sobre essa questão, a Anac desconversou e disse que segue padrões jurídicos.
"Temos conversado com outros órgãos, mas essa atitude é algo para gerar mobilização política. Nosso interesse é promover condições competitivas, mas nos preocupamos também com as questões regulatórias. E a própria regulação foi pensada para se fazer ajustes e há uma calibragem. Tudo ainda está sendo analisado", reforça Catanant.