Venezuela fecha espaço aéreo para voos da Argentina; entenda
Governo argentino diz que vai retaliar a decisão de Caracas, abrindo ações diplomáticas
O governo da Venezuela anunciou ontem (12) o fechamento do espaço aéreo do país para voos provenientes e com destino à Argentina. A ação foi realizada depois que Buenos Aires entregou aos Estados Unidos, no mês passado, um Boeing 747 da Emtrasur (subsidária de carga da Conviasa, empresa aérea estatal venezuelana), que estava retido em solo argentino desde 2022 sob sanções impostas pelos EUA. As informações são do Portal G1.
Uma decisão da justiça decretou que o voo da aeronave até Córdoba violou uma normativa norte-americana de controle de exportações, autorizando sua entrega a autoridades do país norte-americano. Isso incomodou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que já vinha trocando acusações com o presidente da Argentina, Javier Milei.
Ainda de acordo com o Portal G1, Maduro afirma ter descoberto nesta semana que o avião foi totalmente desmantelado por autoridades dos Estados Unidos. Como represália, Caracas anunciou, então, o fechamento de seu espaço aéreo para aviões argentinos, sejam de carga ou de passageiros. "A Venezuela exerce plena soberania em seu espaço aéreo e reitera que nenhuma aeronave que provenha ou se dirija à Argentina poderá sobrevoar nosso território, até que nossa empresa seja devidamente compensada pelos danos causados", declarou o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil.
A notícia do fechamento do espaço aéreo não foi bem recebida por Buenos Aires, considerando que a Aerolíneas Argentina, principal companhia aérea do país, passa pelo espaço aéreo venezuelano em boa parte de seus voos, como as rotas para Nova York e Miami, nos EUA, e Punta Cana, na República Dominicana.
Na tarde de terça-feira, o porta-voz de Javier Milei, Manuel Adorni, disse que o governo argentino vai retaliar a decisão de Caracas, abrindo "ações diplomáticas".