Foco na experiência: veja tendências para o setor de aeroportos em 2025
Pontos foram levantados pela Strelo, empresa de tecnologia aeroportuária que já atuou com Rio Galeão
O ecossistema de aeroportos enfrenta desafios tradicionais como a gestão da infraestrutura e o controle do tráfego aéreo, que continuam a exigir grandes investimentos e coordenação entre múltiplos stakeholders.
No entanto, novas demandas emergiram nos últimos anos, ampliando o escopo de complexidade para os operadores aeroportuários. A implementação de práticas de ESG, o fortalecimento da cibersegurança diante de ameaças digitais crescentes e, principalmente, a necessidade de aprimorar a experiência do passageiro, colocando o cliente no centro das operações, tornaram-se prioridades estratégicas para o futuro sustentável e competitivo dos aeroportos.
Diante desse cenário desafiador, o mercado já enxergou a tecnologia como o pilar estratégico que vai impulsionar a evolução no setor aeroportuário. Segundo estudo da Amadeus, os Aeroportos da América Latina planejam aumentar em mais de 17% os investimentos em tecnologia nos próximos 12 meses, sendo o aprimoramento da experiência dos passageiros (66%) o segundo foco de investimento mais mencionado, ficando atrás apenas de migrar para a nuvem (73%).
O CEO da Strelo, Shankar Cabus, pontua as cinco principais tendências do setor para 2025, com foco em melhorar a experiência do passageiro. A empresa de tecnologia para aeroportos conta com cases como Rio Galeão e Aeroporto de Salvador na sua carteira.
Tendências para aeroportos em 2025
- Centralização e unificação de sistemas: muitos aeroportos têm sistemas separados e desconectados para a reserva de produtos e serviços, como estacionamento, salas vip, lojas e aluguel de carros. Essa fragmentação dificulta a navegação e a reserva por parte dos passageiros, além de complicar a gestão para os aeroportos;
- Usabilidade e navegação (UX/UI): sites e sistemas de aeroportos nem sempre são projetados com foco na experiência do usuário. Isso resulta em dificuldades de navegação e reserva de produtos e serviços, aumentando a frustração e a insatisfação do cliente;
- Implementação de programas de fidelidade ou incentivos: boa parte dos aeroportos não possuem programas de fidelidade ou incentivos que estimulem compras recorrentes e engajamento dos passageiros, perdendo oportunidades para aumentar a receita e fidelizar clientes. Uma pesquisa da Collinson Group mostrou que 64% dos passageiros frequentes desejam que os aeroportos ofereçam programas de fidelidade para incentivar compras e melhorar a experiência do cliente (Collinson Group, 2017);
- Múltiplas opções de pagamento e idiomas: passageiros podem encontrar dificuldades no processamento de pagamentos e na falta de opções flexíveis, como parcelamento, moedas internacionais e pagamentos digitais, o que pode afetar negativamente as vendas e a satisfação do cliente. Em uma pesquisa da Amadeus com mais de 2,5 mil viajantes globais, 47% dos entrevistados relataram problemas com pagamentos internacionais e 54% expressaram interesse em mais opções de pagamento flexíveis;
- Desafios na gestão e otimização do mix de produtos e serviços: pesquisas mostram que equilibrar a rentabilidade e a satisfação dos passageiros é um desafio para os aeroportos, pois precisam oferecer uma variedade adequada de produtos e serviços que atendam às expectativas dos clientes e gerem receita. Segundo o relatório ACI Airport Economics de 2020, as receitas não aeronáuticas, incluindo vendas no varejo, alimentos e bebidas e serviços de estacionamento, representam uma média de 39,9% das receitas totais dos aeroportos. Isso destaca a importância de otimizar a oferta de produtos e serviços para maximizar a receita.
Para Cabus, ao implementar tecnologias e serviços que apresentem uma melhor experiência para o passageiro, combinando eficiência e robustez, o setor aeroportuário dá um salto para se tornar cada vez mais um hub comercial importante.