MP denuncia integrantes da 123 Milhas por desvios e lavagem de dinheiro
MP afirma que mais de 800 mil credores da recuperação judicial foram fraudados
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou, nesta quinta-feira, denúncia contra cinco integrantes da 123 Milhas por crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro. Segundo antecipou reportagem da rádio CBN, os denunciados teriam desviado valores milionários, lavado dinheiro e fraudado credores, mesmo cientes da inviabilidade econômica da empresa.
De acordo com a denúncia, os acusados optaram por manter as operações da 123 Milhas de forma irregular antes de suspender os produtos da linha "PROMO" e pedir recuperação judicial. Durante esse período, mais de 500 mil consumidores foram prejudicados, com perdas que ultrapassam R$ 1 bilhão.
Além disso, o MP afirma que mais de 800 mil credores da recuperação judicial foram fraudados, somando prejuízos superiores a R$ 2,4 bilhões. Entre as irregularidades apontadas, está a distribuição fraudulenta de R$ 26 milhões em dividendos para os próprios denunciados e a criação de um crédito de R$ 100 milhões para uma holding do grupo, que foi excluída do processo de recuperação judicial.
Aquisição da MaxMilhas e favorecimento a credores
Os denunciados também adquiriram a MaxMilhas com o objetivo de expandir seu domínio no setor econômico. Segundo o MP, essa operação fazia parte de uma estratégia para ocultar a real situação financeira da 123 Milhas.
Outra irregularidade apontada foi o favorecimento de credores de interesse do grupo, com o pagamento de mais de R$ 24 milhões a parentes, amigos e funcionários de confiança, em detrimento dos demais credores da recuperação judicial.
Lavagem de dinheiro
O MP também destacou que os denunciados lavaram mais de R$ 11 milhões, desviando recursos das empresas do grupo econômico para o patrimônio pessoal. Parte desses valores foi movimentada por meio de uma empresa de publicidade, em uma tentativa de ocultar a origem dos recursos.
Próximos passos
A denúncia agora será analisada pela Justiça, que decidirá se aceita a ação penal pública proposta pelo MPMG. Se condenados, os denunciados podem responder por crimes contra as relações de consumo, lavagem de dinheiro e fraude contra credores.