Abav recorrerá a CADE e SENACON contra American Airlines
São lesados não só as agências de viagens, mas também o consumidor com a decisão da AA, diz entidade
A Abav Nacional tem no consumidor final um aliado importante na briga contra o novo modelo de distribuição imposto pela American Airlines no Brasil (na verdade, a companhia fez essa mudança no mundo todo).
A entidade considera a nova estratégia da American Airlines injusta não só com suas associadas, agências de viagens, mas também com o consumidor final, que, na visão da Abav, perde a liberdade de escolher seu canal de vendas preferido. Daí então pode recorrer a órgãos como CADE E SENACON.
O caso é o seguinte: a partir de 1º de maio, a American deixará de conceder milhas AAdvantage e pontos de acúmulo de fidelidade por meio de agências, a menos que sejam consideradas "preferenciais", um status alcançado por ter um acordo de incentivo de 2024 com a companhia aérea ou por reservar por meio dos canais NDC e atingir limites de vendas progressivos.
"A lesa ao cliente final nos ajuda nessa luta, pois os órgãos de defesa ao consumidor no Brasil são forte e consolidados. Acreditamos que mostrando à American Airlines o viés brasileiro de que não se pode beneficiar um canal em detrimento de outro, a situação pode se reverter"
Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional
Ainda existe a esperança de que a American Airlines entre em um consenso e dê direitos iguais a todos seus intermediários antes que seja necessária ação com CADE e SENACON.
Questionada sobre a convocação de um possível boicote da Abav Nacional caso a situação não mude, Ana Carolina rechaça a ideia. "Acredito que isso acaba sendo uma ação natural das próprias agências. Tem muito cliente que é fiel à agência e não vai querer abrir mão dos serviços do seu consultor, nem que pague mais caro. É natural que as agências passem a oferecer outras alternativas à American, afinal todos estão atrás de rentabilidade."
Abav já enviou protesto por meio do Folatur
A Abav Nacional assinou embaixo de uma carta de protesto feito pelo Folatur, com mercados de mais dez países, contra a American Airlines. A companhia aérea, então, acusou a carta de promover desinformação e de ser baseada em ideias antiquadas. A respeito disso, Ana Carolina Medeiros acredita que a companhia aérea dispara esse tipo de mensagem para rachar a classe das agências de viagens.
"A aérea tenta se aproveitar de que a Abav Nacional é uma entidade antiga. De nosso lado, só posso dizer que vamos seguir o rigor do direito ao consumidor e as regras da comercialização."