Artur Luiz Andrade   |   17/07/2021 14:07
Atualizada em 17/07/2021 18:40

Grupo Flytour chega a acordo com 9 credores financeiros

Daniel Rodrigues, diretor do grupo, explica que reforço de caixa será usado integralmente na empresa


Arquivo pessoal
Daniel Rodrigues, diretor executivo da Flytour
Daniel Rodrigues, diretor executivo da Flytour
Dentro de seu projeto de reestruturação, o Grupo Flytour deu mais um importante passo esta semana, com o anúncio de um acordo de recuperação extrajudicial com nove credores financeiros, entre eles bancos como o Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. A dívida com esses nove credores é de R$ 142 milhões. A notícia foi dada em primeira mão pelo jornal Valor Econômico e confirmada ao Portal PANROTAS pelo diretor executivo do grupo, Daniel Rodrigues, que está focado na reestruturação financeira do grupo.

De acordo com Rodrigues, em entrevista à PANROTAS, o resultado imediato do acordo será um reforço de caixa para o grupo, a ser usado no pagamento de fornecedores do mercado de Turismo e na garantia de embarque dos passageiros de lazer que ainda estão remarcando suas viagens, especialmente as internacionais.

A recuperação extrajudicial, recurso pouco conhecido pelas empresas, segundo o diretor da Flytour, foi aceita previamente por 56% dos nove credores e agora inicia um processo de homologação pela justiça (a exigência da lei é 50% de aprovação). Segundo reportagem do Valor, os credores deverão optar por duas formas de pagamento: 20% em 180 dias ou 100% por meio de debêntures de longo prazo (até 15 anos) a serem emitidas pela Flytour.

Na semana passada, o presidente do Grupo Flytour, Eloi D’Ávila de Oliveira, falou à PANROTAS sobre a reestruturação, que envolveu o corte de cerca de 1 mil colaboradores e a saída de praticamente toda a diretoria, assumida por profissionais de longa carreira no grupo, como o próprio Daniel Rodrigues, que começou na Gapnet, comprada pela Flytour em 2015. Também foi anunciado, na entrevista à PANROTAS, a renovação do acordo com a American Express para a Flytour Business Travel.

PANROTAS / Emerson Souza
Eloi D'Ávila de Oliveira
Eloi D'Ávila de Oliveira
O Grupo Flytour chegou a vender R$ 5,7 bilhões em 2019 e caiu para R$ 1,8 bilhão em 2020, ano da pandemia, mantendo a posição da empresa como maior TMC do País. Hoje as vendas estão em 35% do volume de 2019 e segundo o presidente da companhia, apesar da recuperação lenta, a Flytour Business Travel ganhou novos clientes e está com uma carteira maior do que no pré-crise. Muito por conta da renovação do contrato com a Amex.

Esta semana serão anunciadas as contratações de novos diretores na FBT.

“O acordo com os credores financeiros nos dá mais tranquilidade na recuperação e acreditamos que até o final do ano já teremos renegociado com os fornecedores do mercado. Esse alívio no caixa da renegociação com os banco será todo usado na empresa, para pagamento dos fornecedores e a garantia de embarque dos passageiros de lazer”, finaliza Rodrigues.

SAIBA MAIS SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DO GRUPO FLYTOUR
O Grupo Flytour emitiu a seguinte nota com informações de sua reestruturação:

". Atualmente, todos os esforços da Flytour estão voltados para a reestruturação financeira da empresa, visando preservar a operação atual, cumprindo os compromissos com fornecedores, parceiros e clientes, e garantindo sua viabilidade no futuro. Hoje, a companhia conta com 1.100 empregados diretos e mais de 2 mil indiretos, atendendo a uma cadeia de mais de 5 mil fornecedores e clientes.

. O objetivo é a negociação da dívida pontuais, com credores financeiros, não operacionais e sem garantia real. O acordo de reestruturação não tem impacto sobre os colaboradores, fornecedores e clientes.

. A Recuperação Extrajudicial é um procedimento menos complexo em que o acordo é previamente realizado com a maior parte dos credores. O plano apresentado pela Flytour já aprovado por 56,6% dos credores signatários titulares de créditos.

. Com o avanço da vacinação em escala nacional e internacional, o segmento do Turismo no País deve apresentar melhora a partir de 2022. A companhia prevê uma geração de fluxo de caixa positivo em 2023."

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