Cúpula do Brics aceita adesão de seis novas nações e discute moeda única
Cúpula do Brics aceitou seis novos países e discutiu temas como adesão de moeda única e relação com a ONU

Durante a 15ª Cúpula de Chefes de Estado do Brics, foi aprovada a entrada de seis novos países no grupo de nações emergentes, a partir de janeiro de 2024. Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã poderão aderir ao bloco.
O critério para a escolha dos novos integrantes do grupo foi a importância geopolítica, econômica, além do interesse dos próprios países em ingressar no Brics. A adesão dos novos membros foi oficializada na Declaração de Joanesburgo, documento acordado entre os atuais integrantes do Brics.
Nova Moeda de Referência
Também ficou acordado que os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada país ficarão responsáveis por realizar estudos em busca da adoção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional. Outro acordo foi para que o grupo siga em busca de uma reforma da governança global, especialmente em relação ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
“A relevância do Brics é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Como indicou o presidente Ramaphosa, é com satisfação que o Brasil dá as boas-vindas ao Brics à Arábia Saudita, à Argentina, ao Egito, aos Emirados Árabes Unidos, à Etiópia e ao Irã”
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua rede social
Acordos com Irã
A Cúpula também marcou o primeiro encontro do presidente do Brasil com Ebrahim Raisi, atual presidente iraniano. No encontro, Raisi agradeceu a entrada do país no Brics e afirmou que deseja ampliar as relações comerciais entre os dois países. O presidente do Brasil lembrou que, em 2022, o Irã foi o maior importador de produtos brasileiros no Oriente Médio. Com um volume de quase US$ 4,3 bilhões em produtos, o Irã ficou em 18º na lista geral de maiores importadores do Brasil em 2022.
Possível recusa da Argentina
Os dois principais candidatos argentinos à presidência declararam ser contrários ao ingresso no grupo de países emergentes, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A candidata de centro-direita Patricia Bullrich se opôs publicamente à entrada do país na aliança, enquanto o libertário Javier Milei anunciou que "não vai se alinhar com comunistas".
Quando perguntado sobre o assunto, Lula declarou que o resultado da eleição argentina não importa ao Brasil, no sentido de que as negociações com o Estado argentino continuarão iguais, independente de quem venca a eleição. "Pode ser que o [novo] presidente não queira negociar com o Brasil, é um direito livre soberano dele, ninguém vai obrigar”, completou Lula.
Com informações da Agência Brasil.
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