Bruno Hazov   |   23/08/2023 18:21
Atualizada em 23/08/2023 18:22

Confira manifesto contra taxação na modalidade Parcelamento Sem Juros

Entidades lançam manifesto contra taxação em compras parceladas com cartão de crédito

Pixabay/ jarmoluk
Entidades se manifestaram contra taxação na modalidade de Parcelamento Sem Juros (PSJ), alvo do Banco Central
Entidades se manifestaram contra taxação na modalidade de Parcelamento Sem Juros (PSJ), alvo do Banco Central

O Sebrae e outras entidades ligadas ao setor de comércio e serviços lançaram um manifesto para impedir a taxação de parcelamento em compras feitas com cartão de crédito. A modalidade de Parcelamento Sem Juros (PSJ) tem sido alvo de discussão após declaração do presidente do Banco Central sobre a possibilidade de taxar essa forma de pagamento.

Segundo o documento, a taxação do PSJ irá prejudicar pequenos negócios, pois o alto valor cobrado nos juros do rotativo pode prejudicar o funcionamento das empresas, sobretudo as de menor porte, e impedir o consumo das famílias. De acordo com estudo da LCA Consultores, caso a restrição realmente avance, geraria um aumento no custo de crédito de 35% e uma retração de até 27% no volume do crédito. O varejo perderia R$ 190 bilhões em vendas, gerando um efeito dominó sobre os outros setores da economia.

Décio Lima, presidente do Sebrae, lembra que a modalidade de Parcelamento Sem Juros não pode ser associada a uma ideia de irresponsabilidade financeira e que a dificuldade de acesso ao crédito, tanto por empresas quanto por famílias, torna essa forma de pagamento uma das únicas ferramentas garantidoras de segurança financeira para milhões de brasileiros.

O manifesto foi assinado por Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos), Abranet (Associação Brasileira de Internet), Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), ACAD Brasil (Associação Brasileira de Academias), Alobrás (Associação de Lojistas do Brás), Conecta, Parcele na Hora, Euroconsumers Brasil e Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências).

Confira o manifesto na íntegra:

O Parcelamento Sem Juros com cartão de crédito faz parte da vida de milhões de brasileiros. De acordo com o Datafolha, 75% da população tem o hábito de parcelar as compras. O que muitas pessoas não sabem é que esse direito está em risco de ser extinto, taxado ou limitado.

Estão se aproveitando das discussões sobre a limitação dos juros do rotativo do cartão de crédito, que está em 437% ao ano, para tentar restringir o Parcelamento Sem Juros (ou "as compras parceladas sem juros"). Autoridades já começaram a cogitar essa hipótese em público.

O Parcelamento Sem Juros é fruto da livre concorrência, benéfica ao consumidor. Nenhuma instituição é obrigada a oferecê-lo. Restringir o Pagamento Sem Juros é restringir a competição e privar a população, o varejo e a economia como um todo de uma ferramenta essencial. Limitar o número de parcelas ou criar taxas para desestimular o parcelamento afeta justamente quem mais precisa.

Indispensável para a população, comércio e serviços

Para o consumidor, o Parcelamento Sem Juros é a oportunidade de adquirir um produto ou serviço em condições que se encaixem melhor em seu orçamento, muitas vezes atendendo a necessidades urgentes, sem comprometer a própria estabilidade financeira.

O Parcelamento Sem Juros é fundamental na vida do brasileiro. Tanto para compras do dia a dia como roupas e remédios, quanto para pagar suas contas e conseguir facilitar conquistas maiores como geladeiras, eletrônicos, viagens e reformas. Isso promove a inclusão social e o desenvolvimento econômico sustentável.

As Micro e pequenas empresas podem ser muito afetadas com qualquer mudança pois utilizam o Parcelamento Sem Juros para sustentar seus negócios até como capital de giro. Varejistas em geral impulsionam as vendas e fidelizam clientes por meio dessa modalidade.

O Parcelamento Sem Juros não pode ser associado a uma ideia de irresponsabilidade financeira.

Fundamental para a economia

Metade das transações no cartão de crédito no Brasil são compras parceladas sem juros, movimentando 1 trilhão de reais em 2022. Isso equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Central.

O impacto de restringir o Parcelamento Sem Juros seria imenso. De acordo com estudo da LCA Consultores, geraria um aumento no custo de crédito de 35% e uma retração de até 27% no volume de crédito. O varejo perderia ainda 190 bilhões de reais em vendas, gerando um efeito dominó sobre os outros setores da economia.

É inadmissível que o Parcelamento Sem Juros - grande aliado dos consumidores, varejistas e empreendedores - seja extinto, taxado ou alterado. A livre concorrência deve prevalecer.

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