Fitch eleva nota de crédito do Brasil, com perspectiva estável
País não tinha recebido aumento na perspectiva da nota de crédito desde 2019
A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil para BB, com perspectiva estável. O anúncio, realizado nesta quarta-feira (26), mostra melhora na classificação de crédito do País, que antes era BB-.
A mudança acompanha um movimento de melhora da nota de crédito do Brasil por agências de classificação de risco. Em junho deste ano, a Standard & Poor's elevou de estável para positiva a perspectiva para a nota de crédito do Brasil. O País não tinha recebido aumento na perspectiva da nota de crédito desde 2019.
O comunicado da Fitch gerou uma coletiva de imprensa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que comemorou os resultados, ressaltando que a melhoria na nota tem influência direta do apoio do Congresso Nacional às pautas fiscais do governo, por meio da atuação de Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco no Senado.
“Um país do tamanho do Brasil não tem sentido não ter grau de investimento. Temos um potencial de recursos naturais e humanos, reservas cambiais, tecnologia, parque industrial. Não tem cabimento este país viver o que viveu nos últimos dez anos. Fico muito feliz de, em seis meses de trabalho, termos conseguido sinalizar para o mundo que o Brasil é o país das oportunidades, de geração de bem-estar, emprego e renda. Tenho certeza de que este caminho vai ser seguido”, disse Haddad em comunicado oficial.
Em nota, a Fitch declarou que "espera que o pragmatismo e os freios e contrapesos institucionais mais amplos evitem desvios radicais de macro ou micropolítica, enquanto o governo também está buscando iniciativas para apoiar o setor privado (por exemplo, a reforma tributária)."
A Fitch também projetou o crescimento do PIB brasileiro em 2023 para 2,3% e a convergência para um ritmo de tendência de 2% ao ano – expectativa anterior era de crescimento de 0,7%. Apesar de otimista, a projeção da Fitch fica abaixo dos 2,6% esperados pelo governo brasileiro. A projeção menor, segundo a agência, se deve ao fato de ainda existirem incertezas no cenário político do Brasil.
"A melhora no rating leva em consideração não apenas ações já ocorridas, mas também a expectativa quanto à capacidade e vontade do País em prosseguir com a agenda de reformas econômicas, consideradas pela pasta como essenciais para elevar o crescimento e aperfeiçoar as finanças públicas. O Brasil criará condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do País”
Fernando Haddad, ministro da Fazenda