Confiança do varejo aumenta em março, mas tem queda na comparação anual
Expectativa dos empresários com a economia é positiva para os próximos meses, segundo análise da CNC
Em março o Índice de Confiança do Empresário do Comércio aumentou 2,2%, registrando sua terceira alta consecutiva. Apesar do crescimento, o volume é 2,7% menor que o registrado no mesmo mês de 2023, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O destaque do mês é o aumento na satisfação dos varejistas em relação às condições atuais da economia, que aumentou 6,6% em relação ao mês passado.
Também houve aumento nas expectativas do empresário, com alta de 1,6% no mês - ou 0,6% na comparação anual - levando à percepção de melhora na economia para os próximos meses, segundo a análise da CNC.
“Isso reforça as expectativas favoráveis para os próximos meses, que dependem, no entanto, de melhora das condições de crédito aos consumidores, que estão com menor intenção de compra. A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada mensalmente pela Confederação, apontou que as famílias estão tendo dificuldade em acessar crédito e o mercado de trabalho está em desaceleração, o que diminui o nível de recursos disponíveis para compras"
José Roberto Tadros, presidente da CNC
Menos investimentos
O indicador com o menor crescimento no período foi o de intenção de investimento, que aumentou 0,9%, indicando que o empresário não pretende investir, ou não enxerga retorno em possíveis investimentos neste momento. Entre todos os subindicadores, os únicos com queda mensal que fazem parte desse quesito são: a avaliação dos estoques, que teve queda de 0,9%, e o de investimentos na empresa, com ligeira queda de 0,1%.
Com o encarecimento do crédito, a intenção de investir na própria empresa também caiu neste mês. A parcela dos empresários que pretendem reduzir seus investimentos chegou a 50,7%, o maior percentual desde julho de 2023. Contudo, os varejistas de bens semiduráveis (roupas, calçados, tecidos e acessórios) e duráveis (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, materiais de construção, etc.) encontram-se satisfeitos com suas intenções de investimento, com indicadores acima do nível de otimismo – 104,5 pontos e 100,7 pontos, respectivamente.