Intenção de consumo cai pela 1ª vez em dois anos neste Natal
Apesar da queda, CNC garante que dezembro é o melhor momento para compras de bens desde a pandemia
Pela primeira vez em dois anos, a intenção de consumo das famílias brasileiras no Natal diminuiu, segundo o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar da queda, a entidade garante que este dezembro é o melhor momento para compras de bens duráveis desde o começo da pandemia.
Segundo a pesquisa, houve redução de 0,7% no índice de intenção de consumo. O resultado é o primeiro negativo desde 2021 e reflete o ritmo de desaceleração observado nos últimos meses deste ano. Mesmo com a queda, o índice permanece na chamada zona de satisfação, com 105,2 pontos.
Na variação anual, a ICF teve crescimento de 15,3%, uma redução em relação à taxa de novembro, que foi de 17,9%. O desaquecimento da intenção de consumir é evidenciado pelo recuo em todos os subindicadores analisados (emprego atual, renda atual, nível de consumo atual, perspectiva profissional, perspectiva de consumo, acesso ao crédito e momento para duráveis) e sinaliza maior cautela dos consumidores na reta final deste ano.
“A previsão da Confederação é que o varejo movimente mais de R$ 69 bilhões neste mês, 5,6% a mais que no ano passado e o maior crescimento em quatro anos, o que é um resultado muito importante se levarmos em conta o cenário desafiador que a economia brasileira vive nos últimos anos”
José Roberto Tadros, presidente da CNC
Cautela em relação a emprego e renda
A renda extra gerada pelo pagamento do 13º e por contratações temporárias no período de festas impulsionou timidamente a percepção dos consumidores sobre a própria renda, com crescimento mensal de 0,1%, o menor desde dezembro de 2021. No que diz respeito às perspectivas de futuro profissional, houve queda de 1,3% no índice, apesar do aumento de 3,4% no saldo líquido de novos postos de trabalho, nos 12 meses até outubro.
A queda no indicador foi maior em famílias de baixa renda. Segundo a CNC, isso pode ser resultado tanto de uma possível melhora de gestão orçamentária quanto de problemas financeiros enfrentados em dezembro pelos consumidores.