Bruno Hazov   |   03/07/2023 17:05
Atualizada em 03/07/2023 17:08

Despoluição da Baía de Guanabara custará R$ 24 bi e ajudará Turismo

Processo já apresenta melhorias sensíveis, como nas águas da Ilha de Paquetá, ponto turístico da cidade


Divulgação CBH-BG
A Baía de Guanabara representa um imenso potencial turístico para o Rio de Janeiro
A Baía de Guanabara representa um imenso potencial turístico para o Rio de Janeiro

Citado na última edição do Fórum Empresarial LIDE, o projeto de despoluição da Baía de Guanabara segue em andamento. Investimento total na despoluição deve ser de R$ 24 bilhões e já apresenta melhorias sensíveis.

Uma antiga promessa de campanha de diversos candidatos à Prefeitura e ao Governo do RJ, a despoluição de um dos cartões-postais da Cidade Maravilhosa, a Baía de Guanabara, está longe de ficar pronta. Sua despoluição começou, de fato, em 2016, quando o Brasil sediou os Jogos Olímpicos. Mesmo com provas de barco a vela sendo realizadas no local, as águas não foram despoluídas até o presente momento.

Atualmente, a prefeitura assinou um contrato de concessão para o tratamento de até 90% do sistema de água e esgoto de todo o Estado. O contrato prevê a construção de coletores de tempo seco, que são barreiras físicas que desviam o esgoto e evitam que haja derramamento direto na Baía de Guanabara no período sem chuvas.

Segundo a empresa Águas do Rio, vencedora da licitação, o orçamento para a construção dos coletores de tempo seco é de R$ 2,7 bilhões. Mas a despoluição total do atrativo demandará até R$ 24 bilhões em investimento, incluindo a instalação de coletores em 27 municípios cariocas.

Apesar de avançar lentamente, o projeto de despoluição vem rendendo bons frutos. Segundo relatório recente do Instituto Estadual do Ambiente, houve grande melhoria na qualidade da água das praias da Ilha de Paquetá, reflexo do processo de revitalização da Baía de Guanabara, que compreende 47 praias no Estado.

É possível acompanhar as diferentes etapas do processo de despoluição da Baía de Guanabara a partir dos relatórios da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), responsável pela construção de diversas estações de tratamento de esgoto em municípios cariocas. O portal da Cedae dá o passo a passo de cada uma das obras da companhia, incluindo obras de rede coletora de esgoto, estações de tratamento e reservatórios.

Orla sem lixo

Além de investimentos federais e de empresas terceirizadas, o projeto de despoluição também recebe ajuda de ONGs e até de instituições de ensino, como da Escola Politécnica da UFRJ, que criou o projeto Orla Sem Lixo. A partir deste projeto, praias como a Prainha da Ilha do Fundão receberam barreiras de lixo que visam conter e recolher detritos sólidos que flutuam nas águas da Baía de Guanabara. A proposta do Orla Sem Lixo é unir saberes da comunidade local com conhecimentos técnicos, contando com o envolvimento comunitário e com capacidade de geração de emprego e renda para os envolvidos no engajamento. A iniciativa ainda prevê a transformação do lixo para que possa retornar à cadeia produtiva.

Com cerca de 400 quilômetros quadrados, profundidade além de 40 metros e diversas belezas naturais, a Baía de Guanabara tem um potencial imenso para o Turismo carioca e brasileiro. Reconhecendo este potencial, a Fundação Grupo Boticário lançou o projeto Viva Água, visando fortalecer iniciativas e negócios de impacto socioambiental positivo nas águas da baía. Desde 2021, o movimento busca incentivar e financiar iniciativas sustentáveis na região, visando o aumento do fluxo turístico em todo o Estado. No ano passado, o Grupo Boticário dedicou R$ 1,3 milhão ao fundo Água Viva.

"Além da importância ecológica para a vida de mais de 11 milhões de pessoas, a Baía de Guanabara é um local importantíssimo do ponto de vista histórico, social , cultural e turístico de grande valor para o nosso país. O território abriga muitos atrativos que merecem ser conhecidos e, principalmente, mais valorizados”

Thiago Valente, gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário

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