Bruno Hazov   |   22/05/2024 12:55

Vale a pena investir em empreendimentos fracionados? Painel discute

CEOs de hotéis discutem pontos de atenção ao lançar empreendimentos multipropriedade e timeshare

PANROTAS / Bruno Hazov
Samuel Goldstein, CEO da Village Itaparica, Paulo Mendonça, da Marrey Mendonça Advogados, Alejandro Moreno, CEO da Trul Hotéis e Jeferson Braga, CEO da OwnTime
Samuel Goldstein, CEO da Village Itaparica, Paulo Mendonça, da Marrey Mendonça Advogados, Alejandro Moreno, CEO da Trul Hotéis e Jeferson Braga, CEO da OwnTime

Durante o evento Adit Share 2024, o seminário sobre cuidados na estruturação de empreendimentos fracionados contou com a presença de três CEOs de redes hoteleiras que participam do modelo multipropriedade e do advogado Paulo Mendonça.

Os CEOs Samuel Goldstein, da Village Itaparica, Jeferson Braga, da OwnTime e Alejandro Moreno, da Trul Hotéis, discutiram os desafios da concepção de empreendimentos multipropriedade e timeshare, comercialização e operação, enquanto o advogado Paulo Mendonça falou dos desafios jurídicos desses modelos de negócios.

Jefferson Braga, CEO da OwnTime, apresentou o case Home Club Gramado e a relação com as incorporadoras que acreditaram no modelo de negócios proposto pela OwnTime.

"Inicialmente, nós não criamos um produto multipropriedade, mas sim um produto residencial, que, por acaso, também comercializa no modelo de multipropriedade. Quem ingressa nesse mercado não deve se pautar pelo modelo de comercialização, mas pelo destino que está sendo comercializado. Independentemente do modelo de comercialização, nós vendemos destinos e experiências, que precisam ser positivos independente do modelo de negócios"

Jeferson Braga, CEO da OwnTime

No modelo multipropriedade, por muitas vezes, o imóvel só é construído após a venda de uma certa porcentagem das unidades comercializadas. Esse tipo de modelo é muito comum em destinos como Gramado, como apontou Jeferson Braga.

"A questão da multipropriedade é interessante, pois trabalha com a vontade das pessoas em terem um segundo imóvel, uma segunda residência, mas que não possuem dinheiro para isso. Para o empresário, é necessário pensar em um produto que faça sentido para o consumidor adquirir. Precisa ser algo muito mais atrativo do que um quarto de hotel que estará "reservado" para você durante duas semanas por ano. Serviços exclusivos, áreas especiais, eventos para esses consumidores precisam estar na pauta dos empreendimentos"

Alejandro Moreno, CEO da Trul Hotéis

Samuel Goldstein lembrou do importante papel da fidelização do cliente no modelo multipropriedade. Nesse tipo de negócio, a fidelização de um cliente pode trazer possíveis novos negócios, uma vez que a unidade comercializada, por um período de no mínimo quatro anos, pode ser emprestada para terceiros (o dono do imóvel empresta a unidade para alguém durante as semanas que lhe são devidas). Esse movimento ajuda a expandir a comercialização do multipropriedade e atrai possíveis novos clientes.

"O custo com marketing no modelo multipropriedade e timeshare é muito maior que um empreendimento hoteleiro tradicional, e isso deve ficar no radar do incorporador e investidor. Da mesma forma está a manutenção das unidades, que requerem maiores cuidados estruturais"

Paulo Mendonça, da Marrey Mendonça Advogados

Entre os principais pontos de atenção levantados pelos CEOs para quem quer ingressar no modelo multipropriedade estão:

  • Oferecimento de serviços e áreas exclusivas
  • Manutenção das Unidades Habitacionais comercializadas
  • Custos com salas de vendas e marketing
  • Cuidado com a escolha do destino
  • Tributação diferente no modelo multipropriedade e timeshare
  • Fidelização do cliente
  • Atenção para cota condominial na multipropriedade
  • Degradação do imóvel e necessidade de manutenção

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados