Para Lummertz, Rio perde espaço para Buenos Aires e São Paulo no Turismo
Turismo dever ter a mesma prioridade do agronegócio, afirmou presidente do Conselho da rede Wish
Durante o 22º Fórum Empresarial Lide, Vinicius Lummertz, atual presidente do Conselho do Grupo Wish, afirmou que o Turismo dever ter a mesma prioridade do agronegócio no Brasil. Evento reúne executivos de diversos setores de atuação em busca de fortalecer a livre iniciativa do desenvolvimento econômico e social do País.
Segundo Lummertz, o Turismo sempe foi tratado com indiferença pelo Poder Público, que prioriza outras áreas da economia, sem reconhecer o potencial de retorno do setor turístico. Ele citou como exemplo o Plano Safra, que disponibiliza R$ 400 bilhões em crédito dirigido a produtores rurais, enquanto o Fungetur, do MTur, dispõe de apenas R$ 800 milhões, com juros muito mais elevados.
O painel "O Rio e o Brasil: Turismo, Serviços, Emprego e Renda" contou com a participação do ex-ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, do governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e do presidente do Conselho de Administração do BNDES e diretor-Geral do Senai, Rafael Lucchesi.
Lummertz também pediu prioridade para o Governo Federal no repasse de recursos para o setor turístico do Rio de Janeiro que, segundo ele, vem perdendo espaço para capitais como Buenos Aires, Cidade do México e até mesmo São Paulo. Para ele, o Rio precisa ser prioridade para os governos das três esferas: municipal, estadual e federal.
“O Turismo do Rio deve ser urgentemente transformado em prioridade e receber recursos do Governo Federal, que devem ser acompanhados de investimentos por parte do Estado e do Município. A Cidade Maravilhosa como destino turístico continua no imaginário de todo o planeta e o Brasil precisa deste emblema”, reforça Lummertz.
“O Turismo é o nosso maior exportador de serviços e o melhor meio de propagar a imagem do Brasil no Exterior, mas, diferente da agroindústria, o setor não é visto como prioritário. Como seria esperar que o município de Sorriso (MT), o maior produtor de soja do País, financiasse a sua produção sozinho? Então, por que um município turístico deveria financiar o Turismo sozinho”.
Vinicius Lummertz, presidente do conselho do Grupo Wish
Cidade desassistida
O presidente da Associação Rio Vamos Vencer, Marcelo Conde, reforça que o Turismo é uma indústria pujante e que é preciso conscientizar a classe política da urgente necessidade de coordenação de esforços, de investimentos e de verbas generosas para publicidade.
“Não podemos ter uma cidade, com o nosso potencial, desassistida de uma linha mestra da ação para coordenar todas as iniciativas e ações dos agentes que envolvem essa cadeia e, desta forma, organizar e colaborar com o turismo do país. Investindo no Rio, todo o Brasil cresce junto”, enfatizou o presidente da Associação Rio Vamos Vencer, Marcelo Conde, durante a abertura do encontro.
O prefeito Eduardo Paes faz coro e reconhece que o Brasil não prioriza o Turismo como tema nacional.
“Até hoje, nenhum governo tratou o Turismo com seriedade, levando em consideração o impacto econômico que o setor representa. Para que possamos avançar, é fundamental que tenhamos um conjunto de planos e investimentos definidos como política de Estado”, defendeu Paes.