Descubra um Sri Lanka para viagens de incentivo
O Sri Lanka ainda não caiu nas graças do brasileiro, tão pouco no gosto daqueles que programam viagens de incentivo. Mas o que falta para o destino se popularizar e conquistar este público? O vice-presidente executivo da Alatur JTB, Ricardo Ferreira, visitou o paí
O Sri Lanka ainda não caiu nas graças do brasileiro, tão pouco no gosto daqueles que programam viagens de incentivo. Mas o que falta para o destino se popularizar e conquistar esse público? O vice-presidente executivo da Alatur JTB, Ricardo Ferreira, visitou o país e contou a experiência para o Portal PANROTAS, com direito a um roteiro repleto de surpresas, cultura e estradas que “não são para os fracos de coração”. Confira!
O mundo está mais acessível. Com os voos de companhias aéreas como Emirates, Qatar e Etihad, pode-se chegar a lugares que antes eram muito distantes, com preços muito acessíveis.
Há pouco tempo, fui fazer uma viagem de inspeção para o antigo Ceilão. Trata-se de um grupo pequeno, muito exigente e cheio de peculiaridades. São 21 milhões de habitantes em uma superfície similar aos Estados de Alagoas e Sergipe juntos. Em termos de latitude, o Sri Lanka está na direção de Belém do Pará, ou seja, calor e umidade abundantes.
Os voos da Qatar dão conexão quase imediata do Brasil para Colombo via Doha. Tempo total “porta de casa” a “porta do hotel”: 21 horas e mais sete horas de fuso à frente do Brasil.
O programa planejado teria dez dias. Eu fiz o roteiro sugerido pelo nosso operador local, dirigido por um espanhol muito gente boa, o Miguel. Ele se encantou com o destino há muitos anos atrás. Casou por lá, teve três filhos e hoje faz parte do “A-List” da Travel Weekly. Ele é o profissional que mais entende de Sri Lanka para estrangeiros.
Colombo é a capital. É lá que todos os voos chegam. Em um roteiro de dez dias, não se sugere parar por lá porque não tem nada de muito especial. Passamos uma noite no The Wallawwa Hotel, uma antiga hospedagem reformada recentemente. A comida é muito boa e à noite provamos pela primeira vez o curry rice. Mal sabia que seria nosso companheiro, em vários formatos, até o final da jornada, generosamente distribuído nas porções de arroz. Sim, é apimentado. Sim, ele atiça o apetite. Tudo fica com gosto de curry.
No dia seguinte, começamos nossa jornada país a dentro. O destino final era o “Cultural Triangle”, onde está o maior ícone do pais, o Sigirya Rock Fortress, considerado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. É uma formação rochosa de 900 metros de altura que se destaca no meio de vasta planície.
Um dos governantes, há mais de dois mil anos, criou no topo da atração uma cidadela inexpugnável, com jardins e pequenas plantações, junto com seu pequeno harém. Como eles conseguiram levar pedras tão pesadas montanha acima? A hospedagem foi no Heritage Kandalama, um hotel novo e que representa uma das contribuições do Sri Lanka para o mundo: o estilo arquitetônico “Modernismo Tropical”.
De lá fomos para Kandy, o famoso templo onde se encontra o dente de Buda. O Sri Lanka, aliás, é o país de origem do budismo. De Kandy, três horas e meia em uma estrada estreita rumo às plantações de chá (tea trails), outra atração única.
A hospedagem foi em um Relais Chateau, o recém-inaugurado Dunkheld Bangalow, em seu primeiro mês aberto ao público. Fica bem no meio de uma das plantações de chá mais tradicionais. Pudemos presenciar desde a etapa da colheita até a embalagem do chá, que depois vai assumir um sem número de marcas mundão afora. O país tem notável influencia britânica, e o tradicional high-tea inglês está em todos os bons hotéis. É o país que mais turistas manda pra este destino
De Dunkeheld, mais uma jornada de quatro horas até Amanwella. Sim, a rede Aman está por lá e dois ou três dias de hospedagem é um dos pontos altos do roteiro. As praias são tão lindas quanto as mais belas do mundo. A lojinha, com o que o país tem de melhor, é uma das melhores de toda a Rede Aman.
De Wella, uma jornada de 90 minutos até Galle, um antigo forte holandês do século 17, mesmo período em que os holandeses andaram pelo Nordeste brasileiro. O outro Aman (Amangalle) fica na casa mais antiga do forte. O spa é notável, e oferece tratamentos ayurvédicos de raiz. Fiz barba e corte de cabelo com um barbeiro de quarta geração. Eles se orgulham muito de honrar o ofício de seus antepassados e nos levam a crer que você já nasce com seu ofício mais ou menos definido
Sri Lanka é bom para incentivos? Sim, sim e sim, para todas as idades! Mas o participante tem de ser descolado e aventureiro. As estradas não são para os fracos de coração. O charme do país está além das belezas naturais em uma certa pureza, ingenuidade e suavidade dos nativos – não muito habituados a estrangeiros. Todos usam o celular, todo o tempo. O país tem forte apelo para os amantes de natureza. Adoramos ver pavões verdadeiros voando livremente, em meio a fauna e flora muito diversificadas. O cardápio exige um certo cuidado. Se não for planejado com antecedência , seus clientes vão comer curry um dia sim, outro também.
Saímos de lá felizes e contentes. Vimos um mundo que não imaginávamos!
ATENÇÃO: O Sri Lanka não tem estradas modernas e os voos domésticos não são lá muito confiáveis. Os motoristas privativos são muito boa gente e conhecem os caminhos muito bem. Os serviços são bem em conta. É possível fazer o programa mais caprichado com que o destino tem de melhor na faixa de US$ 6 mil por casal (sem aéreo). Para finalizar: os brasileiros ainda não descobriram o destino, mas fomos tratados como verdadeiros representantes dos Ronaldos e Neymares.
Você já foi ao Sri Lanka?
Então leve seu programa de incentivo para lá!
O mundo está mais acessível. Com os voos de companhias aéreas como Emirates, Qatar e Etihad, pode-se chegar a lugares que antes eram muito distantes, com preços muito acessíveis.
Há pouco tempo, fui fazer uma viagem de inspeção para o antigo Ceilão. Trata-se de um grupo pequeno, muito exigente e cheio de peculiaridades. São 21 milhões de habitantes em uma superfície similar aos Estados de Alagoas e Sergipe juntos. Em termos de latitude, o Sri Lanka está na direção de Belém do Pará, ou seja, calor e umidade abundantes.
Os voos da Qatar dão conexão quase imediata do Brasil para Colombo via Doha. Tempo total “porta de casa” a “porta do hotel”: 21 horas e mais sete horas de fuso à frente do Brasil.
O programa planejado teria dez dias. Eu fiz o roteiro sugerido pelo nosso operador local, dirigido por um espanhol muito gente boa, o Miguel. Ele se encantou com o destino há muitos anos atrás. Casou por lá, teve três filhos e hoje faz parte do “A-List” da Travel Weekly. Ele é o profissional que mais entende de Sri Lanka para estrangeiros.
Colombo é a capital. É lá que todos os voos chegam. Em um roteiro de dez dias, não se sugere parar por lá porque não tem nada de muito especial. Passamos uma noite no The Wallawwa Hotel, uma antiga hospedagem reformada recentemente. A comida é muito boa e à noite provamos pela primeira vez o curry rice. Mal sabia que seria nosso companheiro, em vários formatos, até o final da jornada, generosamente distribuído nas porções de arroz. Sim, é apimentado. Sim, ele atiça o apetite. Tudo fica com gosto de curry.
No dia seguinte, começamos nossa jornada país a dentro. O destino final era o “Cultural Triangle”, onde está o maior ícone do pais, o Sigirya Rock Fortress, considerado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. É uma formação rochosa de 900 metros de altura que se destaca no meio de vasta planície.
Um dos governantes, há mais de dois mil anos, criou no topo da atração uma cidadela inexpugnável, com jardins e pequenas plantações, junto com seu pequeno harém. Como eles conseguiram levar pedras tão pesadas montanha acima? A hospedagem foi no Heritage Kandalama, um hotel novo e que representa uma das contribuições do Sri Lanka para o mundo: o estilo arquitetônico “Modernismo Tropical”.
De lá fomos para Kandy, o famoso templo onde se encontra o dente de Buda. O Sri Lanka, aliás, é o país de origem do budismo. De Kandy, três horas e meia em uma estrada estreita rumo às plantações de chá (tea trails), outra atração única.
A hospedagem foi em um Relais Chateau, o recém-inaugurado Dunkheld Bangalow, em seu primeiro mês aberto ao público. Fica bem no meio de uma das plantações de chá mais tradicionais. Pudemos presenciar desde a etapa da colheita até a embalagem do chá, que depois vai assumir um sem número de marcas mundão afora. O país tem notável influencia britânica, e o tradicional high-tea inglês está em todos os bons hotéis. É o país que mais turistas manda pra este destino
De Dunkeheld, mais uma jornada de quatro horas até Amanwella. Sim, a rede Aman está por lá e dois ou três dias de hospedagem é um dos pontos altos do roteiro. As praias são tão lindas quanto as mais belas do mundo. A lojinha, com o que o país tem de melhor, é uma das melhores de toda a Rede Aman.
De Wella, uma jornada de 90 minutos até Galle, um antigo forte holandês do século 17, mesmo período em que os holandeses andaram pelo Nordeste brasileiro. O outro Aman (Amangalle) fica na casa mais antiga do forte. O spa é notável, e oferece tratamentos ayurvédicos de raiz. Fiz barba e corte de cabelo com um barbeiro de quarta geração. Eles se orgulham muito de honrar o ofício de seus antepassados e nos levam a crer que você já nasce com seu ofício mais ou menos definido
Sri Lanka é bom para incentivos? Sim, sim e sim, para todas as idades! Mas o participante tem de ser descolado e aventureiro. As estradas não são para os fracos de coração. O charme do país está além das belezas naturais em uma certa pureza, ingenuidade e suavidade dos nativos – não muito habituados a estrangeiros. Todos usam o celular, todo o tempo. O país tem forte apelo para os amantes de natureza. Adoramos ver pavões verdadeiros voando livremente, em meio a fauna e flora muito diversificadas. O cardápio exige um certo cuidado. Se não for planejado com antecedência , seus clientes vão comer curry um dia sim, outro também.
Saímos de lá felizes e contentes. Vimos um mundo que não imaginávamos!
ATENÇÃO: O Sri Lanka não tem estradas modernas e os voos domésticos não são lá muito confiáveis. Os motoristas privativos são muito boa gente e conhecem os caminhos muito bem. Os serviços são bem em conta. É possível fazer o programa mais caprichado com que o destino tem de melhor na faixa de US$ 6 mil por casal (sem aéreo). Para finalizar: os brasileiros ainda não descobriram o destino, mas fomos tratados como verdadeiros representantes dos Ronaldos e Neymares.