Beatrice Teizen   |   13/06/2023 15:37
Atualizada em 13/06/2023 19:26

Por que algumas aéreas ainda não implementaram o NDC? Entenda

Painel em reunião do TMG debateu tema sob perspectiva de empresas que não priorizaram o padrão no momento

PANROTAS / Emerson Souza
Amauri Ribeiro, da CWT, Cynthia Hohl, da JBS (TMG), Anderson Serafim, da Azul, Monica Nardo, da Lufthansa, Ivana Tenório, do Amadeus, Manuela Bernardes, da Flytour Business Travel, Danillo Barbizan, da Delta, Ana Paula Zuppi, da Gol, e Vivane Lucena, da PwC (TMG)
Amauri Ribeiro, da CWT, Cynthia Hohl, da JBS (TMG), Anderson Serafim, da Azul, Monica Nardo, da Lufthansa, Ivana Tenório, do Amadeus, Manuela Bernardes, da Flytour Business Travel, Danillo Barbizan, da Delta, Ana Paula Zuppi, da Gol, e Vivane Lucena, da PwC (TMG)

Já implementado – e com sucesso – por algumas companhias aéreas e ainda como uma ideia futura para outras, o NDC vem gerando uma série de debates sobre sua acessibilidade no setor de Turismo, principalmente no corporativo. Muito se discute como o novo padrão da Iata impacta no cliente final, nas TMCs, no preço da passagem aérea, na experiência do passageiro...

Para falar mais sobre este tema e agora com um outro viés, o TMG (Travel Managers Group) realizou sua reunião mensal e uma segunda rodada nesta terça-feira (13), desta vez com empresas que possuem um posicionamento diferente da maioria, no sentido de não priorizarem o assunto para este momento.

No painel participaram companhias aéreas que ainda não implementaram a nova tecnologia e que não pretendem fazer isso por enquanto – até que o padrão esteja completamente pronto –, como Azul, Delta e Gol, as TMCs CWT e Flytour Business Travel, que ainda não utilizam, e a Amadeus, que conta com opções NDC em seu GDS. Além da Lufthansa, que entra como um exemplo de aérea que adotou o NDC em 2015, e que está, então, já avançada na jornada.

Segundo os participantes, o NDC não tem volta e é o futuro, mas ainda há um trabalho de maturidade para que seja de fato aplicado em todas as pontas para entregar a melhor experiência para o viajante, o usuário final.

“Na Delta ainda está muito embrionário. Estamos em um caminho de conversar, escutar, de ouvir muito. Queremos garantir que é o melhor para o cliente, por isso não estamos ainda no projeto. Lá atrás, o NDC surgiu como uma revolução, mas ele é a evolução das coisas. O que não pode mudar é como ele impactará as agências de viagens e TMCs. Com toda a cadeia de distribuição envolvida, queremos que o impacto seja o menor possível”, diz o gerente de Vendas da Delta no Brasil, Danillo Barbizan.

A diretora de Negócios da Flytour Business Travel, Manuela Bernardes, concorda e acredita que depende também de como cada companhia vai trabalhar isso. “São serviços que estão sendo entregues via NDC que precisam ser traduzidos até a ponta final e isso ainda está extremamente imaturo. Não tem como esperar que todas as aéreas entreguem isso ao mercado. E isso precisamos acompanhar e fazer como um setor unido mesmo”, pontua.

Lá em 2015, quando a Lufthansa no Brasil recebeu da matriz na Alemanha a determinação que teria de introduzir o NDC, o caminho foi buscar ajuda com associações como Abav e Air Tkt e estabelecer contatos, além de implementar um sistema que fosse seguro em termos de tecnologia.

“Foi uma longa e difícil jornada, investimos muito nessa tecnologia para chegar aonde estamos agora. Hoje estamos com 40 agências com acesso ao nosso NDC para o lazer e elas estão tendo resultados além do que esperávamos. O corporativo tem âmbitos diferentes, que envolve recursos que ainda não conseguimos colocar, pois dependem de OBT, mas estamos no caminho. Para nós não é o futuro, é o agora”, afirma a gerente de Contas sênior do Lufthansa Group, Monica Nardo.

O NDC não é um assunto novo. Então por que algumas companhias aéreas e empresas ainda não estão preparadas para o novo padrão da Iata?

“Uma empresa está pronta até que chegue a hora de entregar. Cada empresa precisaria criar sua estratégia de vendas, distribuição, tecnologia e investimento. Passamos por uma pandemia e investimentos em tecnologias do tipo foram a última questão. O ano passado foi de retomada, de trazer consultores, fazer treinamentos, NDC não foi o foco. Na Flytour temos o projeto desde janeiro do ano passado, temos conversado com a Latam, estamos fazendo testes com a Lufthansa... Mas ainda não adotamos porque ainda não tem maturidade. Não vamos conseguir trazer a melhor experiência com N canais que não estejam os dados em um único canal que a gente consiga fazer um acompanhamento. Não tem data para que a gente entregue para todos os OBTs do Brasil, mas está em desenvolvimento. Precisamos ter calma, ter fóruns de trabalho cooperados”, diz Manuela.

“Nossa estratégia é muito clara trabalhando em parceria com GDS e agregadores. Temos pilotos, como com a American Airlines e outras companhias. A CWT não vai se conectar diretamente com as aéreas porque o trabalho é muito grande, não há padronização, o ideal é ter uma conexão única para ter essa distribuição. Nossa estratégia é seguir por meio do GDS, um canal único de distribuição. Existe um trabalho muito forte de integração e esperamos que tudo funcione o quanto antes, ter tudo integrado com todas as pontas”, conta o diretor de Gestão de Clientes para Brasil da TMC, Amauri Ribeiro.

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