Karina Cedeño   |   30/01/2018 09:00

Veja como as TMCs estão incorporando o bleisure em suas políticas

Forte nos Estados Unidos, o conceito de aliar o lazer às viagens corporativas começa ganhar espaço no Brasil


Shutterstock
Nos Estados Unidos, 43% das viagens corporativas já incorporam o bleisure em suas políticas, segundo estudo feito pela Expedia Media Solutions. Aqui no Brasil, entretanto, esse processo ainda caminha a passos lentos, muito em parte por causa da resistência das empresas em serem mais permissivas com seus funcionários.

“Já houve casos de o profissional estender a viagem para o lazer e depois dizer que a empresa foi a culpada por ele ter trabalhado mais dois dias. Essa falta de transparência é um dos motivos pelos quais ainda há certa resistência ao bleisure. Trata-se de uma questão cultural que estará mais madura nos próximos três ou cinco anos, e estou confiante de que a reforma trabalhista dará um espaço maior a ela nas políticas de viagens, já que o contrato de trabalho será elaborado junto ao funcionário, esclarecendo qualquer dúvida”, afirma o diretor presidente do Grupo Tour House, Carlos Prado.
Emerson Souza
O diretor presidente do Grupo Tour House, Carlos Prado
O diretor presidente do Grupo Tour House, Carlos Prado

Mas a resistência ao bleisure também pode advir de fatores passados. “Anos atrás, as viagens de incentivo eram vistas com olhar duvidoso, como se fossem uma forma de mascarar a receita federal e não pagar imposto de renda e INSS. Com o bleisure acaba acontecendo a mesma coisa, há quem ainda direcione a ele essa visão”, conta Prado.

E quem aproveita mais o lazer nas viagens corporativas? Os millennials ou as gerações mais velhas? “Os mais velhos eram acompanhados por aquela sensação de que ao estender a viagem a lazer estavam fazendo alguma coisa errada, por conta da cultura de que o empresário tem de estar o tempo todo ocupado. Acredito que os millennials lidem bem melhor com o bleisure e se sintam mais à vontade com ele. Exemplo disso é que vemos muitos millennials preferindo estender seus dias de lazer em um hostel no lugar de um hotel, já que lá têm a possibilidade de conhecer muita gente”, revela o diretor presidente da Tour House, revelando que cerca de 7% das políticas de viagens da TMC incorporam o bleisure. O volume é maior é em viagens domésticas.

“O fato da proximidade com o lar e a possibilidade de levar parentes na viagem sem dúvida estimulam esse fator”, conclui Prado. O estudo da Expedia Media Solutions reforça o fato de o bleisure ser realizado com mais frequência no país do funcionário: 87% dessas viagens acontecem a nível doméstico nos Estados Unidos.
Jhonatan Soares
O presidente da Maringá Turismo, Marcos Airbaitman
O presidente da Maringá Turismo, Marcos Airbaitman
BLEISURE MODERNO
Enquanto o bleisure ganha espaço nas TMCs, algumas delas modernizam cada vez mais esse processo, a exemplo da Maringá Turismo, onde ele está se tornando eletrônico.

“Direcionamos esse serviço aos funcionários dos nossos clientes, e o processo é feito virtualmente. Os profissionais aos quais a empresa quer dar crédito acessam o sistema por meio de um código e ganham vantagens e melhores condições para suas viagens bleisure”, conta o presidente da Maringá Turismo, Marcos Airbaitman.

Ele considera o bleisure uma opção atrativa, que complementa o trabalho dado ao funcionário. “Se tiver o respaldo de uma agência especializada, melhor ainda, já que o viajante não ficará sem assistência caso aconteça algum imprevisto na viagem", complementa Airbaitman.


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