Flexibilizar política de viagens reduz 25% gasto com aéreo
Especialistas debatem no Lacte 14 como a flexibilização das políticas de viagens e consequente redução do estresse geram economia para as empresas; confira
Burocracia versus flexibilidade. O debate, contínuo e recorrente no mundo de viagens corporativas, foi tema da última palestra do Lacte 14 neste primeiro dia. Não foram compartilhadas, porém, apenas opiniões e experiências: números foram envolvidos. O diretor geral da CWT no Brasil, Fernando Michellini, garante que os seus clientes que decidiram flexibilizar a compra de bilhetes aéreos por funcionários observaram uma economia "entre 25% a 30%" nos gastos em passagens.
"Se a compra estiver dentro da política de viagens da empresa, não tem porque passar por aprovação dos executivos mais altos. Isso por vezes leva mais de dois dias, e na hora que a autorização chegar o bilhete, em boa parte das vezes, está mais caro do que originalmente", resumiu Michellini na sessão "Engajamento do viajante com modelos de gestão de viagens flexíveis."
Além de encarecer as passagens aéreas, a necessidade de aprovação cada vez mais beira a "inutilidade", segundo a coordenadora de Viagens da Roche, Marcela Silva, que coordenou o debate. Segundo ela, em um ano inteiro apenas 16 viagens não foram aprovadas de primeira, "menos de 0,01% de todas as viagens da nossa empresa", argumenta Marcela.
MENOS ESTRESSE = MAIOR ECONOMIA
Não só a questão do bilhete aéreo foi abordada. Reduzir as burocracias, os entraves e restrições na política de viagens reduz o estresse do viajante - o que, por sua vez, pode também gerar benefícios financeiros. Ainda de acordo com o diretor da CWT no Brasil, a empresa pode ter um aumento de 15% a 20% de custos, dependendo do "quanto causar estresse no viajante".A solução assim seria, literalmente, não ter uma "norma" para as viagens, mas sim um guia: ele reuniria as diretrizes para os viajantes viajarem com certos limites, e o papel do gestor seria gerenciar "viagem a viagem, momento a momento, caso a caso", resumiu o gerente de Recursos Humanos na Master Drilling, Paulo Daniel da Silva.
"Precisamos colocar a gestão nas mãos dos próprios viajantes, enquanto nós damos o backoffice, o suporte. Parar de limitá-lo a cada movimento, para assim aumentar o compliance. Assim engajamos eles nas nossas políticas, já que ele percebe que nós, de fato, nos importamos com o seu conforto", concluiu o especialista de IGS da Phillip Morris no Brasil, Rafael Franke.