Regulamentação do lobby é prioridade à maioria dos empresários
Em recente pesquisa feita com 180 gestores de companhias de todos os portes e segmentos, a Amcham identificou pontos com necessidade de avanço quanto à implementação de programas de compliance e gestão de risco em empresas brasileiras, como o fato de 61% dos empre
Em recente pesquisa feita com 180 gestores de companhias de todos os portes e segmentos, a Amcham (Câmara Americana de Comércio) identificou pontos com necessidade de avanço quanto à implementação de programas de compliance e gestão de risco em empresas brasileiras.
Na pesquisa feita semana passada durante o III Seminário de Compliance promovido pela entidade, 61% dos empresários disseram que consideram como prioritária a regulamentação do lobbies no Brasil dentro da escalada do País no combate à corrupção.
Historicamente, o tema da interação entre políticos e empresários é discutido desde 1989, quando o ex-vice-presidente da República e ex-senador Marco Maciel criou o projeto da regulamentação do lobby. Cerca de 27 anos depois, o partido DEM contratou, por meio de sua fundação partidária, uma consultoria jurídica para uma atualização do projeto. Um marco regulatório para a prática tem sido defendido abertamente por lideranças partidárias desde o começo do ano, muito por conta da Lava Jato.
Segundo a pesquisa da Amcham, aliás, a Lava Jato e a Lei Anticorrupção impulsionaram os programas de compliance em 60% das empresas dos executivos consultados. A mesma porcentagem de empresários (61%) avaliou que a entrada em vigor da Lei Anticorrupção mudou a conscientização sobre as questões referentes ao tema, conforme mostrou o PANROTAS Corporativo na semana passada na reportagem sobre o papel da auditoria interna no processo de compliance.
A pesquisa da câmara também mostra os efeitos de uma maior atenção aos programas voltados ao aprimoramento do controle interno nas empresas. Cerca de 70% dos empresário disseram que suas empresas já têm um programa formal de compliance. Desta quantidade, outros cerca de 70% veem fragilidades internas, com necessidade de avanços no programa e maior pulverização de ações anticorrupção nos processos da organização.
Um terço dos executivos consultados acredita que os programas de suas empresas estão maduros e culturalmente implementando em toda a organização.
Por fim, a Amcham identificou que a classe empresarial espera saber mais sobre o "Programa de Integridade – Diretrizes para Empresas Privadas" gerenciado pelo Ministério da Transparência. Segundo ela, metade dos consultados informou ainda conhecer pouco desta ação do governo.
Nesse contexto, a câmara norte-americana informou que colocou em seu calendário uma missão empresarial de compliance nos EUA. Entre 10 a 16 de setembro, a Amcham comandará uma comitiva de 25 executivos que viajarão a Washington D.C. e Nova York para se reunirem com grandes empresas, universidades e instituições de referência no tema.