Da Redação   |   29/02/2024 13:30

Números de viagens corporativas mostram realidade dúbia do setor; artigo

Humberto Machado, diretor executivo da Abracorp, destrincha números do setor em artigo


Divulgação
Humberto Machado, da Abracorp
Humberto Machado, da Abracorp

Mesmo com faturamento recorde em 2023, o número de transações no setor de viagens corporativas foi abaixo de 2019 no último ano. Isso faz com que o setor viva duas realidades distintas: uma otimista e outra pessimista.

O copo cheio e o copo vazio nesta indústria são temas do artigo do diretor executivo da Abracorp, Humberto Machado, em sua participação no Anuário PANROTAS de Eventos e Viagens Corporativas. Leia na íntegra abaixo (e acesse a edição digital ao final do texto).

Viagens corporativas fecham 2023 com faturamento recorde, R$ 13,5 bilhões; copo cheio e copo vazio

*Humberto Machado

"O setor de viagens corporativas fechou o ano com um faturamento histórico de R$ 13,505 bilhões, o maior desde que o levantamento começou a ser feito, 18,5% acima do registrado 2019 (antes da pandemia), com R$ 11,388 bilhões, e 20% superior aos R$ 11,204 bilhões em 2022, conforme dados levantados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) junto a seus associados. São avaliados 11 setores da cadeia.

Dezembro de 2023 registrou faturamento de R$ 892,8 milhões, 22% acima do obtido no mesmo mês de 2019, com R$ 729,4 bilhões, mas abaixo de dezembro de 2022, com R$ 925,4 milhões. O recorde de faturamento no ano passado ocorreu em março, R$ 1,28 bilhão.

Esse é o nosso copo cheio.

Em número de transações, o ano fechou ainda abaixo de 2019, com R$ 10.351.344, entre os oito setores avaliados, frente a R$ 11.814.549 antes da pandemia. Portanto, fizemos mais com menos. O valor médio das transações em 2023 foi maior do que 2019.

Dos oito setores avaliados, somente três registraram mais transações do que em 2019: Locação de Veículos, Transfer e Rodoviário. A Abracorp entende que o equilíbrio nos outros setores será alcançado ainda no primeiro semestre de 2024, com o número se igualando ao de 2019.

Esse é o nosso copo vazio.

O ritmo do faturamento se manteve, principalmente, se considerarmos a inflação do setor. Esse fator foi impulsionado pelo aumento das tarifas aéreas, pela queda nas ofertas realizadas e ainda pelo baixo desempenho de viagens internacionais.

Outro fator que contribuiu para o faturamento foi o aumento das tarifas dos hotéis. Nos nossos estudos há um aumento que flutua entre 61% e 35%, considerando os principais Estados do Brasil. A lista de aumentos é encabeçada pelo Distrito Federal, com 61%, depois Espírito Santo (60%), Acre (52%), Roraima (49%), Minas Gerais (43%), Rio de Janeiro (40%), Rio Grande do Norte (36%), Mato Grosso (36%), Pernambuco (35%) e Santa Catarina (35%).

Nossos estudos apontam que ainda nesse primeiro semestre de 2024 o mercado atingirá as marcas de transações alcançadas em 2019. Alguns fatores podem contribuir para esse cenário. No setor aéreo, por exemplo, uma oportunidade é aumentar as ofertas realizadas e elevar nossos volumes no internacional.

Outro componente importante nesse crescimento é o setor de eventos, que acompanhamos atentamente. Há uma tendência entre as empresas de aproximar anda mais seus colaboradores fisicamente, condição perdida no período da pandemia e ligeiramente mantida com os sistemas híbridos de trabalho. Sendo assim, entendemos que 2024 será um ano importante para a consolidação do setor de viagens corporativas, considerando seus indicadores mais críticos.

Quem sabe terminamos o ano com o copo ainda mais cheio".

*Humberto Machado, diretor-executivo da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas)

ANUÁRIO PANROTAS DE EVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS


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