Karina Cedeño   |   01/11/2023 13:45
Atualizada em 01/11/2023 15:00

Quais as prioridades das viagens corporativas em 2024? GBTA revela

Estudo da associação revela principais preocupações dos gestores e as tendências para o próximo ano


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Gestores de viagens revelaram suas dores e demandas em pesquisa da GBTA
Gestores de viagens revelaram suas dores e demandas em pesquisa da GBTA

Quais questões irão rondar a mente dos gestores de viagens e fornecedores no ano que vem? A resposta foi revelada por um estudo da GBTA realizado com 865 profissionais do segmento de viagens corporativas em todo o mundo, no período de 11 a 19 de outubro deste ano. Confira os destaques do levantamento:

Principais prioridades das viagens corporativas em 2024

  • O custo, que é uma questão importante para 68% dos respondentes, vem em primeiro lugar;
  • A segurança dos viajantes ocupa a segunda posição, sendo importante para 54% dos profissionais;
  • 39%, por sua vez, indicam a produtividade/ROI de viagens uma prioridade, o que mostra que as empresas cada vez mais estão pensando no “valor” das viagens de negócios e não apenas o custo. Uma viagem cara pode valer a pena se gerar receita suficiente para justificar o custo. Por outro lado, uma viagem barata pode prejudicar os resultados financeiros se não for produtiva;
  • O mesmo número de gestores de viagens (39%) diz que a sustentabilidade é uma prioridade para 2024. À medida que as empresas definem metas de redução – e acompanham o progresso dessas metas –, as viagens de negócios se tornam um meio importante de preservação ambiental


Reprodução/GBTA

É interessante observar que, em cada região, uma prioridade diferente se sobressai. Enquanto a sustentabilidade é uma prioridade para os compradores de viagens da América Latina (65%) e da Europa (63%), a gestão de custos é uma prioridade na América do Norte (74%).

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Mais investimentos em tecnologia e sustentabilidade

Três em cada cinco compradores (60%) - e um número semelhante de fornecedores (65%) - esperam que sua organização aumente investimentos em tecnologia e digitalização no próximo ano. Além disso, um número semelhante de compradores (44%) e fornecedores (47%) espera que sua organização aumente o investimento em iniciativas de sustentabilidade.

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Principais riscos para a gestão de viagens em 2024

Quais tipos de riscos ganharão a atenção dos gestores em 2024? Segundo o estudo, quase metade (46%) diz que o principal risco está no processo de reserva. Para 24%, o risco está nas reservas que não estão em conformidade com a política de viagens. E um número semelhante (22%) atribui o risco às emissões feitas via NDC.

Algumas companhias aéreas removeram tarifas da distribuição tradicional baseada em EDIFACT de canais que intermediários e terceiros – como TMCs, GDSs e OBTs - têm usado. Essas tarifas ainda estão disponíveis por meio do NDC, mas se os intermediários não apoiam o NDC, eles não podem acessá-las. Como resultado, os funcionários podem reservar os voos fora do programa de viagem, o que, por sua vez, pode dificultar a localização e comunicação com os viajantes em caso de emergência.

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A Europa está mais preocupada com questões relacionadas ao NDC e à distribuição aérea do que outras regiões. A América do Norte, por sua vez, está mais preocupada com a conformidade com os programas de viagens, enquanto na América Latina a preocupação gira em torno da comunicação com os viajantes.

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Orçamentos de viagens maiores em 2024

Quando o assunto é o orçamento de viagem, a maioria dos gestores espera que ele aumente ou permaneça o mesmo no próximo ano.

  • 67% dos gestores esperam que o orçamento de viagem de sua empresa aumente (39%) ou permaneça o mesmo (28%) no próximo ano, com alguns (5%) esperando um significativo aumento;
  • No entanto, um a cada cinco gestores (20%) espera que o orçamento de viagens da empresa diminua.
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Tendências para as viagens corporativas em 2024

As viagens corporativas estão bem próximas de uma total recuperação dos volumes pré-pandemia. O levantamento mostra uma escala de dez pontos, onde dez indica recuperação total. 84% dos participantes atribuíram uma classificação de sete pontos ou mais à recuperação das viagens corporativas em suas empresas, indicando bom nível de recuperação. 43%, por sua vez, atribuíram uma classificação de nove ou dez.

Essa recuperação é observada em todo o mundo. Em cada região, pelo menos quatro em cada cinco dos entrevistados atribuem uma classificação de sete pontos ou mais à recuperação.

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Recuperação das viagens domésticas

A estimativa dos gestores de viagens é que as reservas domésticas de suas empresas tenham recuperado 76% dos níveis pré-pandemia, número que está um pouco acima do índice de 72% de recuperação divulgado pela pesquisa GBTA Business Travel Outlook Poll em abril deste ano. 17% dos compradores de viagens dizem que em sua empresa o volume doméstico já excedeu o nível pré-covid. Metade dos gestores afirma que o volume doméstico da empresa recuperou mais de 70% do nível pré-pandemia.

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Recuperação das viagens internacionais

No que se refere às viagens internacionais, a recuperação se mostra consistente em todo o mundo. Em cada região, as reservas recuperaram pelo menos dois terços dos volumes pré-covid. Em média, os gestores de viagens estimam que os gastos de sua empresa com viagens de negócios internacionais recuperaram 74% do volume pré-covid, o que representa um aumento em relação aos 66% de abril divulgados em um levantamento da GBTA na época.

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Principais barreiras para as viagens corporativas

Preocupações econômicas e orçamentárias foram relatadas como as maiores barreiras para as viagens de negócios. 69% dos respondentes indicam a preocupação de que o orçamento corporativo não consiga acompanhar o aumento dos custos de viagem. Quase o mesmo número (63%) revela preocupação com inflação/recessão. As preocupações diferem de acordo com cada região, como pode ser observado no gráfico abaixo:

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A falta de mão de obra é um problema que ainda assombra as viagens corporativas. Os viajantes podem enfrentar tempos de espera mais longos quando pedem apoio e os voos podem ser cancelados ou atrasados devido à escassez de tripulação. Esses problemas podem reduzir a vontade de viajar. Um maior número de fornecedores (35%) do que os compradores (22%) percebe a falta de mão de obra como uma barreira para viagens de negócios. Mas o estudo revela que os programas de viagens não irão limitar as viagens por causa de preocupações econômicas.

NDC: metade dos programas de viagem ainda não tem

Entre os entrevistados pelo estudo, metade afirma que ainda não implementou o NDC em seus programas de viagens. O número é o mesmo desde a última pesquisa da GBTA, realizada em abril deste ano. Naquele estudo, um número semelhante (48%) disse que não tinha começado a implementar o NDC.

Programas de viagens latino-americanos são menos propensos à implementação do NDC, com 63% dos respondentes afirmando que ainda não implementaram o novo padrão da Iata em seus programas de viagens. Na América do Norte esse número também é alto (54%), enquanto em outras regiões, como a Europa (41%) e a região da Ásia-Pacífico (33%) estão mais propensas à adoção do novo sistema.

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45% dos gestores de viagens acham que as companhias aéreas estão implementando o NDC de forma muito rápida, não deixando tempo para os players intermediários se prepararem. Embora ainda seja a visão mais comum, o número está abaixo do registrado na última pesquisa da GBTA, feita em abril deste ano, quando mais da metade dos compradores (53%) disseram que as companhias aéreas estavam avançando muito rápido nessa questão. Mais de um terço dos compradores (36%) dizem que os intermediários tiveram tempo suficiente para se adaptar e estão prontos para o NDC. Isso representa um aumento de 29% em relação aos números de abril.

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Falta informação sobre o NDC

Apesar dos constantes debates sobre o NDC, os gestores dizem que precisam de mais informações sobre a nova linguagem da Iata. Quatro em cada cinco gestores (71%) querem mais informações. O número é um pouco menor do que os 81% registrados na última pesquisa da GBTA, realizada em abril. A falta de informações sobre o NDC e a falta de clareza sobre o que está acontecendo foi tema de destaque no Download, evento realizado pela Academia de Viagens Corporativas e pela PANROTAS na última segunda-feira (30).

Reprodução/GBTA

Para acessar o estudo completo, clique aqui.

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