Com pandemia, aéreas perderam US$ 35 bi em viagens corporativas
No Brasil, no primeiro semestre deste ano houve uma queda de 39,6% nos deslocamentos a negócios
No dia 19 de outubro, as ações da Azul caíram 10,36% e, da Gol, 7, 39%, queda motivada por uma desconfiança do mercado sobre o retorno das viagens corporativas. Uma pesquisa publicada no site The Hustle, baseada em relatórios e fontes da indústria, aponta que em outubro de 2021 as vendas de passagens de avião para empresas foram 58% menor em relação aos níveis de 2019. Na plataforma Kayak, o volume de buscas para destinos líderes em viagens a negócios, como São Paulo, caiu 88%.
Em 2020, em grande parte devido à escassez de viagens a trabalho, as principais companhias aéreas do mundo perderam US$ 35 bilhões, diz o estudo. No Brasil, no primeiro semestre deste ano, houve uma queda de 39,6% nas viagens empresariais, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo Abracorp, com operações que totalizaram R$ 1,427 bilhão, em comparação aos R$ 2,364 bilhões de janeiro a junho do ano passado.
A IdeaWorks, empresa de consultoria do setor de aviação, concluiu que as viagens corporativas só estão sendo mantidas graças aos segmentos que não têm outra opção, como as vendas e trabalhos que requerem interações pessoais. Para ela, entre 19% a 36% das viagens a negócios nunca mais retornarão. Já a McKinsey classificou 20% destes descloamentos como improváveis de retorno e outros 60% como importantes, mas potencialmente dispensáveis.
NEM TUDO FOI CULPA DA PANDEMIA
Para o CEO da Onfly, Marcelo Linhares, somente a pandemia não pode ser, exclusivamente, responsabilizada pelas baixas do setor, o qual ficou anos com reduzida capacidade crítica e uma profunda miopia diante das evoluções tecnológicas que aconteçam no mundo. “Portanto, o momento agora pede uma completa reinvenção. É preciso mudar para as coisas não continuarem como estão.”
Em seu parecer, as viagens a negócios não acabarão definitivamente, mas serão completamente transformadas, pois a pandemia provocou mudanças de hábito nos consumidores, e isso exige novos contornos, priorizando a experiência e segurança do viajante corporativo e o cumprimento do orçamento das empresas.
“Sabemos que o isolamento não é e nem nunca será uma característica da natureza humana. Por outro lado, percebemos que, nos últimos meses, o perfil do viajante corporativo mudou bastante, por exemplo com a extinção quase que total das viagens bate-volta, bem comum antes de 2020. Outro exemplo dessa transformação diz respeito à área de atuação da empresa: os funcionários das companhias de tecnologia reduziram aproximadamente 95% as viagens, contudo, colaboradores de outros setores, como engenharia, saúde e agronegócio, não pararam. Além disso, antes da covid-19, as empresas estavam habituadas a planejar viagens com, em média, 12 dias de antecedência, sendo que a realidade agora é outra, e elas tomam suas decisões em cima da hora, evitando assim problemas com remarcações e cancelamentos”, diz Linhares.
Em 2020, em grande parte devido à escassez de viagens a trabalho, as principais companhias aéreas do mundo perderam US$ 35 bilhões, diz o estudo. No Brasil, no primeiro semestre deste ano, houve uma queda de 39,6% nas viagens empresariais, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo Abracorp, com operações que totalizaram R$ 1,427 bilhão, em comparação aos R$ 2,364 bilhões de janeiro a junho do ano passado.
A IdeaWorks, empresa de consultoria do setor de aviação, concluiu que as viagens corporativas só estão sendo mantidas graças aos segmentos que não têm outra opção, como as vendas e trabalhos que requerem interações pessoais. Para ela, entre 19% a 36% das viagens a negócios nunca mais retornarão. Já a McKinsey classificou 20% destes descloamentos como improváveis de retorno e outros 60% como importantes, mas potencialmente dispensáveis.
NEM TUDO FOI CULPA DA PANDEMIA
Para o CEO da Onfly, Marcelo Linhares, somente a pandemia não pode ser, exclusivamente, responsabilizada pelas baixas do setor, o qual ficou anos com reduzida capacidade crítica e uma profunda miopia diante das evoluções tecnológicas que aconteçam no mundo. “Portanto, o momento agora pede uma completa reinvenção. É preciso mudar para as coisas não continuarem como estão.”
Em seu parecer, as viagens a negócios não acabarão definitivamente, mas serão completamente transformadas, pois a pandemia provocou mudanças de hábito nos consumidores, e isso exige novos contornos, priorizando a experiência e segurança do viajante corporativo e o cumprimento do orçamento das empresas.
“Sabemos que o isolamento não é e nem nunca será uma característica da natureza humana. Por outro lado, percebemos que, nos últimos meses, o perfil do viajante corporativo mudou bastante, por exemplo com a extinção quase que total das viagens bate-volta, bem comum antes de 2020. Outro exemplo dessa transformação diz respeito à área de atuação da empresa: os funcionários das companhias de tecnologia reduziram aproximadamente 95% as viagens, contudo, colaboradores de outros setores, como engenharia, saúde e agronegócio, não pararam. Além disso, antes da covid-19, as empresas estavam habituadas a planejar viagens com, em média, 12 dias de antecedência, sendo que a realidade agora é outra, e elas tomam suas decisões em cima da hora, evitando assim problemas com remarcações e cancelamentos”, diz Linhares.