Beatrice Teizen   |   12/03/2020 10:14
Atualizada em 17/03/2020 11:07

Alagev divulga pesquisa do impacto do coronavírus no setor

O diretor executivo da associação, Eduardo Murad, explica que ainda não é possível estimar em números

A Alagev realizou, entre os dias 3 e 6 de março, pesquisa com 262 profissionais – entre fornecedores (cruzeiros, resorts, tecnologia, destino, agência de eventos, empresas de transportes, TMCs, hotelaria, aéreas, agências de incentivo, áudio e vídeo e outros), gestores de eventos e viagens – para medir o impacto direto que o surto do coronavírus trouxe para o segmento de viagens e eventos corporativos.

NIAID-RML
Ainda não é possível estimar em números o acumulado das perdas e remanejamentos
Ainda não é possível estimar em números o acumulado das perdas e remanejamentos
O diretor executivo da associação, Eduardo Murad, explica que ainda não é possível estimar em números o acumulado das perdas e remanejamentos. Contudo, a pesquisa traz um cenário de como as empresas estão lidando com a situação, ações tomadas e perspectivas do setor a curto e médio prazo.

Segundo os dados, 43% dos gestores de eventos afirmam que não houve cancelamento de eventos nas empresas onde trabalham e apenas 3% cancelaram eventos de qualquer natureza. Ainda há uma parcela de 21% de respondentes que afirmam terem postergado os encontros e 28% disseram que os eventos foram parcialmente cancelados. Europa e Ásia são os destinos mais afetados pelos cancelamentos, seguidos da América do Norte e Central.

Ainda de acordo com a perspectiva dos meeting planners, 48% das empresas cancelaram a participação em eventos internacionais, enquanto 46% das companhias não cancelaram a participação em eventos e apenas 6% cancelaram a participação em eventos de qualquer natureza. Os organizadores ainda acreditam que os eventos sejam retomados completamente a partir do próximo trimestre (44%), embora uma grande parte (29%) ainda não tenha ideia sobre essa retomada.

Do ponto de vista de fornecedores, 62% afirmam que houve cancelamento parcial de viagens para apenas alguns destinos, 27% apontam que as viagens foram canceladas totalmente e 11% dizem não haver cancelamento. Para 37% de seus clientes, não houve alteração na política de viagens, para 33% deles é preciso uma pré-autorização do gestor para realização de viagens e 30% afirmam que, após o surto, a política de viagens foi alterada, tendo a necessidade de pré-aprovação da área de segurança, bem-estar e/ou medicina do trabalho.

Estes profissionais acreditam que os eventos e viagens corporativos devem retomar ao ritmo normal no próximo trimestre, 48% para viagens e 38% para eventos. Apenas 2% acreditam que as viagens se normalizem em 2021 e 5% apostam na retomada dos eventos para o próximo ano.

Mais da metade (52%) dos respondentes de fornecedores afirma que o covid-19 teve um impacto significativo nas atividades, 32% dizem que o impacto foi moderado, 12% leve, 3% nulo e 1% ainda não soube estimar. Já os gestores de viagens apontam que 63% das viagens corporativas foram parcialmente canceladas em alguns destinos, 13% tiveram o cancelamento total e 24% não sofreram com cancelamentos.

MEDIDAS

Em relação às ações tomadas para minimizar os impactos da epidemia para os negócios, gestores de eventos e viagens têm medidas parecidas, como o uso da tecnologia para vídeo ou teleconferência, revisão do plano de crise e criações de comitês, além do cancelamento de viagens e eventos não essenciais.

Já os fornecedores afirmam rever o plano de crise diariamente e colocar em prática o plano de contingência, flexibilização nas políticas de alteração de passagens, além de buscar soluções tecnológicas para facilitar o dia a dia.

“O impacto do coronavírus abre um precedente sem igual para o nosso mercado. O papel dos gestores é ainda mais estratégico nesse momento, pois é necessário estar conectado às estratégias e contingentes da empresa e participar ativamente dos planos de ação, seja analisando os riscos ou decidindo a continuidade dos eventos ou não. É um trabalho diário de análises e acompanhamento, que vai muito além de cancelar ou não viagens e eventos, mas como as companhias podem minimizar os impactos em seus negócios”, afirma Murad.

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