Gastos em viagens corporativas cresce 7,8%; Brasil tem US$ 30 mi
As viagens corporativas globais atingiram US$ 1,33 trilhão em 2017
Os gastos com viagens corporativas globais atingiram US$ 1,33 trilhão em 2017, aumentando cerca de 5,8% em relação aos níveis de 2016, segundo o Annual Global Report & Forecast elaborado pela Associação Global de Viagens de Negócios, a GBTA. Ainda de acordo com o documento, os gastos devem avançar outros 7,1% (US$ 1,4 trilhão) em 2018 e serão expandidos para US$ 1,7 trilhão até 2022.
"Essa recuperação do crescimento pode significar o fim da 'era da incerteza' nas viagens de negócios globais, mas o crescente protecionismo está chegando precisamente na hora errada", afirma o diretor executivo e de Operações da GBTA, Michael W. McCormick. “A direção da política comercial é, de longe, o maior insulto que pode impactar nossa previsão para os negócios globais, criando uma incerteza que pode inviabilizar a recuperação."
Vale ressaltar que a chamada "era da incerteza" foi marcada por um crescimento moderado nos gastos com viagens de negócios, que ficou preso em cerca de 3 a 5% ao ano desde 2012. Em 2018, porém, a GBTA espera que 18 dos 20 principais mercados de viagens de negócios superem sua média de crescimento nos últimos cinco anos.
LIVRE COMÉRCIO
O potencial para guerras comerciais é o maior risco global que a GBTA tem observado. Aumentos drásticos nas tarifas e medidas de retaliação poderiam ter impactos prejudiciais na economia global e no mercado global de viagens corporativas. Uma análise da correlação matemática entre os dois mostra que quase 60% da variabilidade nos gastos globais com viagens de negócios pode ser explicada pelos volumes do comércio global.
"Intuitivamente, isso faz sentido, pois o movimento de bens e serviços exige que as pessoas, e neste caso os viajantes de negócios, apoiem o comércio global", acrescentou McCormick.
BREXIT
Os viajantes corporativos na Europa Ocidental geraram US$ 310 bilhões em gastos totais em 2017. A região teve um crescimento de 4% em relação a 2016, incluindo 5,6% na Alemanha, 3,9% na França e 6,3% na Espanha.
O único obstáculo importante no mercado tem sido o Reino Unido, que marcou um declínio de 0,7% no ano passado. Segundo a GBTA, a queda na Grã-Bretanha foi impulsionada pelas consequências do voto do Brexit — visto a libra enfraquecida, aumento da inflação e a pressão associada nos gastos do consumidor.
MAIORES MERCADOS
Os 15 principais mercados de viagens de negócios permaneceram praticamente inalterados em relação ao ano passado — exceto pela Índia, que superou a Coréia do Sul na sétima posição da lista. O Brasil desponta como o décimo colocado na lista. Confira:
Ranking | País | Gastos (em milhões) | Crescimento |
1º | China | US$ 346,5 | 9% |
2º | Estados Unidos | US$ 292,2 | 3,1% |
3º | Alemanha | US$ 72 | 5,6% |
4º | Japão | US$ 63,7 | -1,6% |
5º | Reino Unido | US$ 50 | -0,7% |
6º | França | US$ 40,1 | 3,9% |
7º | Índia | US$ 37,1 | 12,5% |
8º | Coreia do Sul | US$ 36 | 7,9% |
9º | Itália | US$ 33,9 | 3,9% |
10º | Brasil | US$ 30,6 | 12,7% |
11º | Canadá | US$ 24,9 | 5,9% |
12º | Austrália | US$ 23,4 | 6,6% |
13º | Espanha | US$ 22 | 6,3% |
14º | Holanda | US$ 19,3 | 5,1% |
15º | Rússia | US$ 19,1 | 19,2% |
O relatório na íntegra pode ser conferido aqui.