Karina Cedeño   |   03/03/2023 08:21

Alagev celebra 20 anos; veja os projetos da associação para 2023

Completando 20 anos em 2023, a associação não tem medo de encarar temas polêmicos

PANROTAS / Emerson Souza
Luciana Dantas, Flavia Buiati, Juliana Patti e Giovana Jannuzzelli compõem a diretoria atual da Alagev
Luciana Dantas, Flavia Buiati, Juliana Patti e Giovana Jannuzzelli compõem a diretoria atual da Alagev
Com a atual diretoria composta exclusivamente por mulheres, a Alagev mostra ao setor de viagens e eventos corporativos que a representatividade feminina pode fazer os negócios irem longe. Juliana Patti, Luciana Dantas, Flavia Buiati e Giovana Jannuzzelli que o digam: são elas as cabeças por trás das novas comunidades, iniciativas e eventos que já estão sendo colocados em prática pela associação neste ano.

“É uma gestão que imprime o olhar feminino e de inclusão. Queremos mostrar ao mercado que há mulheres na diretoria, mulheres que assumem cargos de liderança, que têm histórico e que mostram que isso é possível a outras mulheres”, destaca a diretora executiva da Alagev, Giovana Jannuzzelli.

Completando 20 anos em 2023, a associação não tem medo de encarar temas polêmicos, desde que sejam importantes ao setor. A representatividade feminina é apenas um deles. Questões como racismo, inclusão e ESG, que nem sempre ganham a devida atenção do mercado, também terão todos os holofotes da Alagev neste ano.

Na 18 ª edição do Lacte, o recado está dado: ‘Enfrentemos todos o racismo - Se você não enfrenta, sua omissão permite’. A provocação ao setor é destaque do primeiro lounge do Movimento Black Money (MBM) realizado durante o evento. O espaço conta com a participação de empreendedores negros que oferecem produtos e serviços para viagens e eventos corporativos, visando ampliar suas oportunidades de negócios.

“Todos os anos, nós defendemos uma causa social no Lacte, e nesta edição não será diferente. O lounge do Movimento Black Money contribuirá para darmos luz à inclusão e ao pertencimento do negro no mercado de viagens e eventos corporativos. Um dos valores do MBM é pensar, falar e agir de maneira a eliminar o preconceito e estabelecer justiça, e vamos nos unir para que ele se torne cada vez mais verdade”, destaca Giovana.

PANROTAS / Emerson Souza
A diretora executiva da Alagev, Giovana Jannuzzelli
A diretora executiva da Alagev, Giovana Jannuzzelli
Ela conta que também será feita uma pesquisa com todos os participantes do Lacte para entender como eles tratam a diversidade e a inclusão (principalmente dos negros) em suas empresas.

“A iniciativa é de extrema importância para trazer luz a esse debate dentro de áreas corporativas que ainda têm pouca penetração de fornecedores negros. Hoje o empreendedorismo negro representa mais de 51% do empreendedorismo no Brasil e, por conta disso, não podemos mais permitir que o mercado use da desculpa de que não encontra fornecedores negros para não contratar. Nosso objetivo principal é oferecer uma experiência enriquecedora para as empresas pretas e ferramentas para que possam expandir seus negócios", destaca a gestora de projetos no Movimento Black Money, Carla Jemima.

Para Giovana, trata-se de um compromisso que deve ir muito além do Lacte. “Esse tem sido um importante exercício e agora temos um olhar muito apurado sobre o tema. Queremos gerar uma mudança no setor e a meta é que o Lacte seja o pontapé inicial para isso acontecer”, destaca a diretora executiva da Alagev.

A questão da inclusão e do racismo também foi debatida durante as Jornadas Virtuais pré-Lacte Por Up, com a participação do fundador da startup ESG Afroturismo HUB, Hubber Clemente e da coordenadora do Programa Mestre em Diversidade Inclusiva (MDI), Samanta Lopes. Neste ano, a Jornada Pré-Lacte teve três edições, trazendo a debate os temas ESG, Tech e Experience.

Novidades à vista

Mais um exemplo das muitas novidades que serão apresentadas na 18ª edição do Lacte é a substituição dos estandes do evento por lounges. “O objetivo é que o patrocinador possa receber o participante do evento de forma mais intimista e o lounge favorece isso, por ter um formato mais convidativo, que permite maior interação e permanência do participante no espaço”, justifica Giovana.

Pela primeira vez, será realizada no Lacte a premiação de 3 cases de viagens e eventos nos pilares Parcerias, Inovação e ESG. “Esse é um projeto que a Juliana Patti trouxe quando assumiu a presidência da Alagev. Os associados poderão apresentar cases nesses três pilares e eles serão avaliados por um comitê interno durante o Lacte. Serão eleitos 3 vencedores, um em cada pilar”, conta a diretora executiva da Alagev.

Por fim, o Hub ESG deve ganhar ainda mais força, por meio do lançamento (também no Lacte) de um paper robusto e estruturado sobre o assunto. “Elaborado em parceria com a CEO da Arbache Innovations, Paula Arbache, o documento terá como tema o ESG em viagens e eventos corporativos e mostrará uma série de inovações e questões levantadas por clientes e fornecedores”.

Giovana acredita que, para a implantação do ESG, é preciso que as empresas entendam o cenário de seus negócios, o que têm no momento e aonde querem chegar. “Há coisas que não demandam investimentos, só mudança de comportamento”, destaca, lembrando que muitas empresas que trazem o ESG para seus negócios procuram parceiros com visão similar.

Por fim, outras novidades da Alagev para este ano envolvem os mantenedores da associação. “No ano passado, lançamos a categoria de mantenedores para startups e agora a ideia é abrir uma categoria de mobilidade corporativa, para empresas que fazem gestão de frota e de aluguel de carros”, conta.

No balanço de 2022, a Alagev atingiu a marca de 12 mantenedores e 342 associados, sendo eles 119 fornecedores, 201 clientes e 22 pessoas físicas. Já os representantes dos associados somam 513, destes 285 são clientes e 228 são fornecedores. Ao todo, realizou 53 reuniões setoriais, 4 encontros globais, 7 trade talks e registrou 41 participações em eventos e podcasts.

América Latina em foco

A América Latina será o foco de muitas ações da Alagev neste ano, a começar pelo Lacte Latam, evento que será realizado no mês de maio em país a ser definido. A associação também pretende lançar uma comunidade de gestores de viagens e eventos regional, com foco na América Latina.

“Queremos um olhar regional, não só do Brasil, mas de países como o Chile, a Argentina e outros, promovendo debates junto aos gestores dessas regiões para entender quais são suas dores e demandas, de forma a criar uma troca e buscarmos soluções juntos”, comenta Giovana. A ideia é que as reuniões dessa comunidade sejam feitas on-line, mas há a possibilidade de encontros presenciais no futuro.

Desafios do mercado

A pandemia trouxe para os gestores de viagens e eventos questões ainda não resolvidas, que provocaram uma série de mudanças no mercado. A Alagev pretende continuar promovendo discussões a respeito disso.

“Com o hiato e a queda no número de viagens e eventos durante a pandemia, os gestores tiveram que entender mais do negócio das empresas e participar da estratégia da retomada. Ao mesmo tempo, tiveram de ficar mais próximos aos fornecedores em uma relação de parceria, considerando que estes últimos ficaram sem parte da malha área e com menos mão de obra qualificada”, destaca a diretora executiva da Alagev.

Os altos custos de passagens aéreas e hospedagem também continuarão sendo uma questão muito importante neste ano, na visão de Giovana. “É importante saber que o setor aéreo vai levar um tempo para se recuperar do baque, considerando que é um mercado que tem a margem muito estreita”.

A falta de mão de obra qualificada é outro problema que contribui para o cenário desafiador. Além da migração de profissionais para outras áreas, as empresas têm revisado seu quadro de colaboradores e muitas delas têm complementado o trabalho dos funcionários com novas tecnologias e robôs inteligentes. “Uma delas é o ChatGPT, que já está trazendo muita inovação às empresas”, comenta Giovana.

O segmento Mice, por sua vez, está em alta e os fornecedores afirmam que os eventos que estão acontecendo agora não são aqueles remarcados após a pandemia, mas sim, eventos novos. “A área de incentivos está com uma demanda alta e há uma busca por experiências que favoreçam o wellness. Já vemos uma retomada completa e um cenário completamente diferente do de 2020 em termos de ocorrência de eventos e incentivos”, destaca Giovana.

E quais são os desafios dos gestores de viagens e eventos diante desse novo cenário? “O planejamento é importante. Os gestores precisam entender melhor o orçamento, de forma a não deixar essa questão para a última hora e poder se organizar e controlar o budget de forma mais efetiva. Além disso, tanto os gestores de viagens como de eventos têm o desafio de fornecer ao viajante corporativo e ao participante de eventos experiências que sejam mais sensoriais e que os toquem, para que se sintam integrados com o momento que estão vivendo momento”, conclui Giovana.

ANUÁRIO CORPORATIVO

Esta matéria é parte integrante do Anuário PANROTAS de Viagens e Eventos Corporativos 2023, que foi distribuído no Lacte 18 e circula nesta semana. Confira a edição digital abaixo.



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